quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Pele



A primeira regra foi o silêncio. As sombras das pessoas que transitavam do lado de fora, a fragilidade do nosso esconderijo, meus gemidos baixos e afogados na adrenalina. 
A segunda regra foi o prazer. Agilidade para me despir, sem frescura pra me encontrar no escuro, o ar ficando quente... 

- Odeio quando me beija de olho aberto!
- Eu gosto de ver você ME beijando!

Seu olhar me pedia permissão pra tudo, não precisava...

Então irresistivelmente abstraio tudo ao nosso redor e me entrego a ti sem medo. Entro num jogo de lego, onde as peças são fornecidas por tuas ações, abrindo no meu imaginário leques de possibilidades...
controlar a voz, a respiração, o corpo. Não gosto disso. Quero descontrole! 

Gosto de sentir sua mão larga deslizar pelo meu corpo liso, por minha pele aveludada.
Gosto de ver em teus olhos o prazer de tocar algo que você imaginava ser inalcançável.
Guiada pela vontade de te ver delirando por mim: - Minha vez! 

Nos próximos segundos são meus olhos que buscam sua aprovação – e encontram. Meu olhar te invade com violenta sutileza e delicadamente desperto sua selvageria. Eu sinto. 
Gosto do descontrole que escorre de sua expressão a cada impulso
E faz escorrer um líquido avulso
expulso
sem 
custo. 

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