segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Sobre o respeito infundado às "mães".

Fazendo o que faço de melhor: Ser chata!




Sabemos que ao longo dos anos, por imposições dogmáticas, criou-se ao redor da palavra mãe, uma espécie de sinônimo de divindade. “Mãe é mãe. Amor de mãe é incondicional. Sua mãe pode ser o que for, continua sendo tua mãe”. E todo aquele blá blá blá chatíssimo sobre o quão a mãe é um ser superior-divino-celestial-mestre-buda-jesus. 

Antigamente devíamos respeito a um ser pelo simples fato dele ter nos parido. Mas, como todos serão obrigados a assumir - cedo ou tarde - isso é tudo balela. Estamos no momento de ascensão intelectual. Quase um replay do Iluminismo está sendo reproduzido, pelo menos ao meus olhos ou redor. Diariamente ouvimos notícias que chocam a família – não só – brasileira no que tange ás mães desnaturadas. Crianças encontradas na lata do lixo, no esgoto, no farol pedindo esmolas, nos prostíbulos, nos riachos e por aí vai. 

Isso faz qualquer exemplar da espécie humana que ainda possua um pingo de racionalidade, re-fletir, re-pensar, re-avaliar o que define ou caracteriza uma mulher como mãe. Precisamos quase de um verbete dessa palavra para chegar perto do entendimento dela. 

Abandonei meu conceito de mãe, deste de que minha própria me abandonou. Pra mim, não existe nada que diferencie uma mãe de qualquer outro grau de parentesco, ou de qualquer outra pessoa. Só mais um ser humano, como todos os outros: estúpidos, incríveis e insuportáveis. Inclusive como eu. 

Mãe não tem que ser respeitada "porque sou sua mãe". Tem que ser respeitada, caso respeite. Assim como todas as outras pessoas. Respeito é pra quem tem e dá, e não pra quem exige, se apoiando na natureza de sua condição de parideira, e nada mais. Lembrando que medo não é respeito. Dizem que temos que respeitar pai e mãe, pois caso não fossem eles não existiríamos. Pode parecer meio “adolescente-rebelde-sem-causa-recém-pensante”, mas, não solicitei um favor a eles.

Não posso classificar o não-existir como algo ruim. E nem a existência como motivo de gratidão! Por isso me nego a aceitar o argumento raso de que devo respeitar por ser mãe e só. 
Respeitarei todos aqueles que me respeitarem, apenas.