sábado, 24 de janeiro de 2015

insuficiente



Fui na quitanda e nem notei que mudaram a cor do bar do Mineiro. Era verde e agora é rosa. Por que rosa, caralho? O jogo sempre vira, né? E meu maior problema é nunca notar no momento em que acontece. Eu poderia ter visto o trabalho dos pintores... Depois que sinto o quente das lagrimas molhar meu rosto é que me atino a procurar os motivos... Lerda. Inteligente pra tudo e com todos. Menos pra mim e comigo. Falha. Sou uma fraude. Convenço todos que nunca choro, que sempre estou forte pra tudo. E quando eles acreditam, eu desabo. Passo tempo demais exaltando as tragédias. E tempo de menos procurando o bem. Prego e admiro uma ideologia de paz, bem e amor. Não faço o contrário, mas alinhada não estou. Sei que preciso manter em harmonia o que penso, falo e faço. Mas, 22 anos, será que já era pra isso ter acontecido? Quero mais tempo pra mim. Pra descobrir o que quero e do que preciso. Quero estar forte pra dor, antes que ela chegue. Cansei de tirar força do cu, toda vez. Numa dessas quase fui atropelada pela vida. O tempo  não espera ninguém. Estudar, ler um livro, casar, fazer família, brigar, fazeer pazes. Chorar. Acordar chorando. Dormir angustiada, acordar chorando. Passar o dia se auto-afirmando capaz e guerreira. Olhando no espelho e dizendo às minhas rugas que não estou velha. Você não pode cair. Você é a sustentação disso, e você sabe! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário