domingo, 26 de julho de 2015

estender pra entender, lembrar pra esquecer.


“Se buscamos o que é, o que devia
Por natureza ser nos assiste
Se fiamos num bem, que a mente cria
Que outro remédio há senão ser triste?” 



Não considere nada do que escrevo
Além de me faltar sanidade
Digamos que nada disso é verdade.
Pra seguir a recomendação
Do g-mail.com


PLANO

Se nenhuma resposta me com templaria
Imagina o que qq palavra, contigo faria?
Eu descobri a marca do amaciante que ela usa
e confirmei o nome do perfume que você abusa...

porque seu cheiro me persegue.

Vontade de pegar o busão e descer no 25
Te chamar no portão pra dizer o que sinto...
Com que cara, Larissa? Chorar?
Pq nem com a família tenho cu pra falar

Estou triste e é bom você nem imaginar
Não saber, nem me ler, se quer querer especular
Achar que to da hora, que nem sonho mais contigo
Ter certeza que passou da hora, de você de acabar comigo

É bom vc acreditar na frieza que fingi ter
Na pessoa ingrata e infiel que eu pareci ser
Te convenci, mas e agora? 
“Manifestação de ego” é meu nome pra você agora.

Foi como beber veneno e esperar que o outro morra
Enquanto você me olhava, eu dizia a mim mesma: não corra!
Aposto minhas lágrimas que você achou que era aquele o motivo
Eu deveria ter sido menos em tudo, seria menor o castigo

E penso que por mais desesperada que eu esteja, 
não há maneira “menos errada e absurda” de eu te olhar nos olhos, veja: 
vc ta com a razão!
E tudo que consigo fazer é olhar seu blog, aguardar nova publicação 
Discar seu número e nunca apertar o verde (passado)
Cada sentimento expresso em palavras foi (invalidado) 

Acumulando coragem pra seguir viagem
Na proporção que eu adoeço, você se cura 
E pode criticar essa minha postura
Sou arrogante demais, odeio passar vontade

Se eu te ver
Um dia
Curado, imune, recuperado
livre, decidido e com outro alguém do seu lado
Não vou ter o que falar, não estranhe
Posso até te elogiar, se der sorte
“Vc fica mais maravilhoso a cada dia que fica mais forte”


ENGANO

Educação e cordialidade foi ter desligado
Arrogância, erro e ousadia foi eu ter ligado...
Impulso de emocionada...
Suas palavras me queimaram feito brasa

Foi pouco.

Te escrevi coisas que jamais teria cu pra ler. 
Te disse outras que contrariam sua maneira de viver. 
Te deixei  caminhar sozinho por este caminho 
Mas sempre que tento me por em seu lugar...
...te admiro

Eu vou demorar mais. 
Você se livrou da minha mentira
Se quer o verbo no presente, 
aqui caberia...

Não me pergunte como fui capaz
Mesmo depois de te ter lido
Meu respeito, meu rapaz
Acredite em quem eu possa ter sido.


AGORA

Você pediu pra eu te respeitar
Mantive o silencio pra não errar
Mas quem quer respeito tem que dar
Ou acha mesmo que eu ia calar?

Quando acabar não haverá a necessidade de citar
Expressar a raiva não vai adiantar
Você é do tipo que divide as mina por tipo
E se eu não faço o seu, pra que tudo isso?

Mas minha cota nem é ficar te atacando
É que as coisas que você me deu ficam me olhando
Eu não devolvi, nem seus livros nem seu amor
E minha imprudência resulta hoje em dor...

Me desculpar? O que iria mudar? 
Se não fosse todo esse seu gostar
Seria outro o desenrolar
eu não mereci metade, quem dirá toda essa dedicação
pela última vez
vez em quando, coração...


intimidade

Fera, bicho, anjo e mulher.

Conservo e contemplo o silencio a maior parte do meu tempo. Gosto da natureza, mas tenho gastura do fundo gosmento dos rios, talvez pq eu já pisei nuns bixos que eu nem sei quais eram. Gosto das paixões com fúria, que deixam vestígios irreparáveis. Gosto daquele tipo de sentimento que dá vontade de matar a pessoa, mas quando penso na falta que ela me faria, desisto. Se for pra comer que seja bem, se for pra gastar que seja com comida. Se for pra amar que deixe sequelas eternas. Se for pra guardar mágoa que seja sincera. Eu tenho antipatia por poucas pessoas, mas até a elas eu dou o direito de saber, nem que for com um olhar reprovador.  Não sinto necessidade de fazer sexo. Aguento tempo demais, porque “aguentar” e “demais”, não faz muito sentido pra mim. Não consigo tomar banho rápido. Salada tem que ser temperada com limão e não vinagre. Não consigo lavar louça rápido. Esse lance de fazer as coisas rápido me dá a impressão que foram mal feitas, deve ser por isso que a minha média é de 2,5 a 3 anos. Quando penso em me envolver sou reprovada por mim mesmo em pensamento: “lembra do tempo que demora pra esquecer?” Daí fica tecnicamente tudo bem. Vodka é a única substancia que arranca de mim minha parte mais loka. Tirando as que eu ainda não experimentei a reação. Falo com o motorista somente o necessário mesmo. comida. Não que eu tenha medo de morrer, mas tenho uma admiração e um cuidado pela vida. Não é comum na minha idade e nessa época, mas é isso. Acho a vida bonitinha. Reclamo dela, mas a gente só reclama com quem a gente gosta, ela sabe disso e até já acostumou. Eu não escrevo bem com papel e caneta e isso é reflexo de 5 anos interruptos escrevendo no computador. Minha transição de menina pra mulher foi vivida dentro de um escritório. Tenho pouquíssimxs amigxs, e gosto de exaltar o porquê: eu sou insuportável, porque sou real. Nem eu aguento minha sinceridade as vezes. comida. Precisa gostar de mim de graça pra me aceitar como amiga. Dou mais motivos pra me odiarem que o contrário. Gosto de fazer uma cara de desprezo que deixa qualquer um com raiva. Tenho uma expressão de sempre - congelada e própria - pra entrar no ônibus. Amo cozinhar. Já fiz sexo na rua e ontem mesmo eu menti. Nem sei porque nem pra quem, mas a fita é que todos mentimos. Prefiro que me acordem  pegando em mim, do que rompendo o silencio matinal. Odeio dar bom dia por obrigação. Se for começar uma conversa que empaca no “tudo bem também”, não comece. Pesquisas apontam que uma conversa começada com “oi, tudo bem?” tem 249% a mais de chances de parar no “bem também”. Sem contar que as chances de recomeçar essa conversa diminuem em 80%. Se a vida é um jogo, eu nasci pra ganhar. Frases positivas vindas de mim são raras. comida. Acontecem quando alguém duvida de mim ou me tira. Gosto da babaquice dos jovens e fico me perguntando se eu era tão babaca quão. Tenho dificuldade de brincar com criança, prefiro elas bebes ou em bando. Adoro ver filme dramático. Faço um curso que me obriga ler uns 3 livros por semana, e eu não leio se quer 50 páginas. As pessoas me acham inteligente, e eu me acho foda: sem me dedicar pra missão de aprimorar minha inteligência eu já sou terrivelmente sagaz, imagina se fosse menos preguiçosa? Olhares masculinos invasivos esfacelam meus pensamentos. Gosto de organizar o que vou dizer na mente. Já fiz ballet e dancei num grupo de axé. Já tive um pato de estimação. Já matei um inseto e chorei depois com dó. A rapidez com que as borboletas batem as asas me irrita. O tempo de vida delas também. Toda manhã proponho soluções mentais e infalíveis pros meus problemas. Ninguém imagina o que minhas roupas escondem, e gosto desse mistério. Falo mais gíria quando percebo que algum omi tá me olhando diferente. Espremo a bunda quando passo num posto de gasolina pra parecer menos atraente. “psiu’s, gostosa e êh lá em casa” me desconcertam mesmo antes deu descobrir que existe o feminismo. Parei de alisar meu cabelo na terceira/quarta série. Tenho vontade de viajar, tocar violão, falar inglês e jogar futebol num time de verdade. Prefiro um papo cabeça do que qualquer outro tipo de socialização. Gosto muito mais de um omi quando ele troca ideia, do que quando ele me dá ideia. Tenho vergonha de ser elogiada. Tenho rinite e uso paninho de catarro. O mar me imobiliza os pensamentos. comida. Quando vou pedir algo pra alguém eu faço a “não preciso tanto”, mesmo se for caso de vida ou morte. Meus parentes não tem um pingo de nioção sobre meu amor por eles, e é melhor assim. Misteriosamente minhas peças de roupa se perdem com o passar do tempo. Fala nisso eu descobri que não tenho nenhuma calça jeans e fiquei feliz. Faz uns três anos que não vejo TV. Só paro na frente quando ta passando Usurpadora ou Rebelde, (e coloquei isso aqui justamente pra me julgarem, já posso prever o “nossa, ela não devia ter dito isso” como se isso mudasse alguma coisa) Gosto de fazer os caras com quem me envolvo precisarem de mim pra respirar. Gosto de ser bem quista por ser quem sou. Odeio visitas. Odeio visitas e odeio visitas. O que eu digo na hora da raiva são afirmações catastróficas na mesma medida que são mentirosas. Gosto de dizer coisas que façam as pessoas regalarem ozói. Cuspo no chão com brutalidade quando um omi mexe comigo na rua ou quando eu vejo um carro da polícia. Arroto e peido como qualquer outro exemplar da raça humana e isso não faz de mim “menos feminina” ou “menos bonita”. Não cago na casa alheia, nunca. Prefiro carne de porco e bocas carnudas. Restaurantes muito chiques me fazem querer ser mal-educada. Nas entrevistas de emprego eu penso: “eles precisam mais de você do que você deles”, pra dar segurança, nos relacionamentos também. comida. As conversas que mais me ensinam são com meu pai, porque pra ele to sempre disponível. Não consigo falar de mim naquelas redações de “quem sou eu”. E gosto de estraçalhar as suposições das pessoas sobre mim.


Me sinto velha, muito velha, mas me sinto linda, bem bonita.


domingo, 19 de julho de 2015

quem é de verdade, sabe quem é de mentira.

sobre coisas que não eram pra me ferir mais, não mais.


Menina, desde que me conheço por gente sou incomodada com a realidade, apelidada de revolucionária sem ao menos saber o significado disso, revoltadinha, e tendo o clássico sonho de mudar o mundo sendo satirizado diariamente pelos adultos ja conformados.
 Parei de alisar meu cabelo na terceira série e na terceira série meu cabelo não era tão bem quisto, bonito e almejado como é hoje, sempre fui apaixonada pelos preto brilhante, sem precisar encontrar motivos históricos para.
 Cresci na quebrada, alimentando minha ideologia de vida com fome. Matando minha sede de justiça com sangue. Aquecendo meu coração com a frieza dos que dizem que é 'drama e exagero'. Aprendendo a silenciar no barulho. Amadurecendo assistindo os imaturos. Aprendendo com a vida dura a ser flexível. Quem me ensinou o que é amor foi o próprio sr ódio. Quem me ensinou o que é a vida, foi a própria dona morte, vestida de cetim e tudo.




Hoje mulher, aspirante a intelectual, estudante de ciências sociais, 22 anos e meu sonho de mudar o mundo já usa bengalas pra se manter de pé. Hoje, praticamente depressiva com o cenário caótico dos movimentos sociais, da militância, da academia, da sociedade, dos parentes, das relações, da vida e afins. Hoje eu não olho mais a injustiça nos olhos pra me fortalecer, mas bebo desse cálice. Hoje, não dá mais pra me apoiar na ignorância. Hoje o estoque de frustração só cresce. Negação de oportunidade e imobilismo. INJUSTIÇA, antes do professor pedir o verbete dessa palavra a vida já tinha me obrigado a recita-lo em forma de poesia - pra doer menos (ou mais). Mas é inacreditável como não me acostumei. Incompreensível como ainda me admiro. Aterrorizante como ainda me fere tanto. Inadmissível como ainda me deixo abater.


Graça a minha que a certeza de que nasci para crescer é inabalável. Graça a minha que eu sei - pq vivi e não pq li - que é preciso se acostumar com a dor, já que escolhi crescer. Graça a minha que a verdade é um sentimento. Graça a minha que eu descubro mais sobre mim mesma, a cada vez que rejeito esse clichê de que coisa ruim faz a gente crescer, e me agarro as dores. Sabedoria dada pela dor. Conhecimento buscado por amor. Falta de opção obriga a ter fé no Criador. Ausência de sentido alimenta a revolta.


Não consigo se quer ficar puta com o que anda me acontecendo. Hoje estou apenas triste.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Ótica Marginal


Texto escrito em parceria com meu mano Fernando, um dos escritores marginais mais pika da nossa época! oticamarginal.blospot.com.br entre e tente sair!




Questoes existenciais sempre me inquietaram.
Questões sociais sempre me revoltaram.
Meu desequilíbrio emocional sempre me atrasou.
Não cuidar do meu espiritual, não adiantou...
A sociedade sempre me cobrou
Por um tempo me adestrou,
Mas algo aconteceu e me despertou
Pra eles, hoje louco estou
Mas ao contrario do que pensam
Eu vejo o que não querem que eles vejam
Mas nem tudo é flores,
E nessa viajem meu eu não vê mais cores,
Apenas um circo de horrores
De um bando de palhaço alegrando a corte
Nem chorar consigo mais
ausência total de paz
qualquer silencio é insuficiente
pois o barulho ta na minha mente simplesmente me perdi,
presa por aqui
sinto que jamais vou sair
tento me mexer mas meus músculos não reagem,
será que chegou a hora de me tornar apenas miragem?
O inimigo bate sem massagem,
E de perdedor não vou deixar a imagem,
Sem maldade,
Já passei da idade,
Já lamentei demais dessa cidade,
Mas fazer o aqui se assim como o cão late,
Meu coração bate
Nem de direita nem de esquerda,
Mas bem no meio que é pra causar alarde
Até o fim seja lá qual for, eu vou,
nessa terra de covarde,
só mais um eu não sou
A cultura do conformismo é corrosiva, agradecer peli trabalho e pela rotina massiva,
rejeitar a luta de maneira passiva,
pra comprar sapato e assassinar a vida.
Apresento a vc meu defeito de fabricação
chega mais perto pra ver o poder da preta em ação
InterPRETAaçao,
ceis manja?
Eu curo a chaga da babilônia com ganja,
fora dos padrao normativo,
sinto meu interior interagir com o mundo ativo!
Ganja a cura da nação,
Mas enqto os laboratório molha a mão,
Médico receita medicação,
Controlada,
taxada,
Manipulada,
Enquanto o que nasce no quintal é criminalizada,
E a mente do povo frita
com tanta droga prescrita,
Tarja preta social,
Controle populacional,
Sabotagem racional,
Mais vale um exercito de doente mental
Que uma marcha natural,
intelectual
De mente e voz ativa
Que destrói os argumentos na lata
E não na bala de borracha.
Borrachada, butinada, cacetada,
pobre sofre já com a marmita amassada,
virilha assada
de tanto caçar emprego
e ainda é tratado sempre como suspeito,
no gueto onde mora o respeito,
PM só entra quando ta em choque, coquetel molotov que explode, incendeia e taca fogo,
quebra banco que só extorque nosso povo,
black block eu?
Não, só to de olho,
vandalismo é o q se faz com quem não conta nem com um ovo pro almoço,
e na escola aula vaga de novo,
Convite pra ficar no bolo,
aprendendo como se faz o estouro, vendo a vó sendo humilhada no posto, sem remédio,
Sem tratamento,
sem respeito,
Sem mérito.
Medalha pro cuzao da corporação, confundiu o lema
e ao invés de defender desceu a lenha,
Na criança no portão
menor que tava de boa,
esperando a coroa,
mas era preto, não podia ser gente boa e toma mais uma bala na boca
Pra imprensa o inocente era funcionário da boca.
Menorcidio,
quem mata mais menor ganha dicidio,
menos um futuro ladrão
Ou futuro cidadão,
Quem vai saber
Se não nos dão a chance de escolher?
É tapa na cara o tempo inteiro, esculhacho no busão cheio,
Corte no orçamento é desemprego, inflação camuflada
Pra discarada falar na tv e não dizer nada,
boy faz panelaço na sacada
Enqto o pobre de panela vazia,
Dorme sem comer nada.
Reflexo do que se não vê,
do espelho distorcido que quebraram pra você,
vai na fé,
Ta td de boa,
Sabe como é,
uma dia a bomba estoura
E quero ver quem fica de pé.
Mentira de perna curta e lingua solta, corre pouco, fala muito
uma hora a verdade destoa
e quero ver o que sobra deste mundo
Boa noite mais um dia passou
e nada mudou,
um dia a menos de vida
é o que restou,
e dormir nesse barulho é foda,
saber que enquanto Tamo aqui
A engrenagem do sistema roda, mesmo estando de fora,
atinge nóis a toda hora.
O que fazer agora?

quinta-feira, 9 de julho de 2015

ainda não

Entre juras de amor e de morte, vc esquartejou meu sentimento com cirúrgica precisão.
Entre o destino e a sorte, eu rejeitei todo cansaço e o tormento da renovação.
Nem o Sol decidiu se vai ou se fica, ele ilumina essa minha escrita mas logo desiste.
Foi saudável te perder de vista, agora dedico meu tempo ao que existe.
Me equilibro entre lembranças boas e ruins pra não parecer injusta
Me inclino pra vida e pra mim, pra não permanecer as alheias custas
Depois da dor consigo ver o que perdi, e pra meu alivio toda minha essência permanece aqui
Depois do erro me condeno sozinha, mesmo sem ter plateia pra me aplaudir.
Se crescer é aceitar, pensar é descrer.
Se peço pra você voltar, anulo meu compreender.
Se durmo sem em ti pensar, sonho logo com você.
Se acordo sem de ti lembrar, passo o dia querendo te ver.
Pelo menos são se's, possibilidades, especulações
Foda se fosse realidade, verdadeiras sensações.
Se ganha quem finge melhor, quando é que o jogo acaba?
Se quem vencer for o pior, quem determina se é elfo, gnomo ou fada?
Humano que não é
Nascemos foi pra amar
Mas se quer no tal Deus
Depositamos nossa fé...