Ter senso crítico não é privilégio, é maldição.
Antes que me acusem de plágio ou algo do tipo, tenho que informar que o texto abaixo foi escrito depois de me identificar plenamente com o vídeo de Cauê Moura, “A ignorância é uma benção”, no canal Desce a Letra, no Youtube. Link: http://www.youtube.com/watch?v=1A6951Ld-zY&feature=relmfu
(Se você for um tiozão retrógrádo, nem clica, na moral).
(Se você for um tiozão retrógrádo, nem clica, na moral).
Tem dia que odeio saber que poderíamos ser melhores do que somos.
As vezes me bate uma vontade de ser idiota. Ok, pode parecer ridículo, insano, mas é verdade.
Ter um cérebro - e mais que isso - usá-lo, nem que for pouco, custa caro. Estava eu observando o quanto sofro por não ser uma idiota, sério. Porque imagina, o idiota não sofre, ele se quer sabe que é um ignorante, pois, ser ou não idiota, não faz diferença na vida dele. O ignorante vive na merda e acha que a merda é a melhor coisa que lhe poderia acontecer, justamente por desconhecer algo melhor que a merda.
Eu achava que a pior ignorância é a inconsciente, aquela que a pessoa nem desconfia que é um ignorante. Mas observando o quanto eu sofro por ter consciência da minha ignorância, mudei de opinião. (ou não) rsrsrs.
Quando se é consciente da tua idiotice, o mínimo que pode-se esperar é que você lute contra a ela. Daí quando deixar de ser um idiota vai ter raiva de quem você era, e raiva de grande parte dos idiotas que te cercam. É mais ou menos isso que me acontece, não tem um dia na minha vida se quer, que eu não queira matar alguém. Não quero me gabar, me glamourizar, nem nada, este nem é o objetivo, estou longe disso, mas, tenho que confessar que ter senso crítico tem sido bastante doloroso e andei pensando o quão maravilhoso deve ser pertencer a massa não pensante. O nível de stress de uma pessoa crítica e pensante deve ser bem mais alto do que qualquer outra. Eu não consigo agir normalmente quando vejo um imbecil em ação, quando ouço alguma merda que sai da boca dele, não me conformo com a extrema estupidez. Não consigo ignorar, ser imparcial, ser inexpressiva. Meu sangue corro frio na veia, meus músculos enrijecem, é como se eu tivesse tomado uma facada no peito, incrível.
Exagero? Não mesmo. “Ler 1 fraze cum eros behantis di portuguêis”, ouvir as pessoas falarem e seguirem á risca as ditaduras das novelas, ver o quão a poluição musical, a mídia atual, cega a população, contagia e aliena. Dói muito em mim.
Mas, enquanto isso, nos lustres do castelo, todas essas pessoas estão felizes e contentes, levitando sobre nuvens fofas, com sorrisos largos nos rostos, saltitando em pastos verdejantes, como se nada pudesse ser melhor do que estar mergulhado NA MERDA. E adivinha quem está terrivelmente estressada, chateada, cansada, boquiaberta, perplexa??? Aquele que pensa. (que no caso, sou eu) Inacreditável.
Sinto uma leve vontade de morrer quando presencio alguma situação como essa, ou até mais banais.
Na verdade, são as idiotices mais banais que acabam com meu humor, pois como pode alguém ser tão imbecil, fazendo coisas que espera-se que qualquer um saiba que JAMAIS deve-se fazer??
Exemplos:
Por que as pessoas escutam funk ou louvor da igreja no último volume dentro do ônibus?
Por que as pessoas alisam o cabelo? Porque a TV mandou?
Por que as pessoas acham que consumismo é lazer? (ir ao shopping semanalmente)
Por que elas se vestem, pensam e agem de forma idêntica?
Por que as pessoas te veem na rua a 300 km de distancia e gritam o seu nome?
Por que as pessoas deixam recados de respiração na caixa postal?
Olha que legal, acabei de descobrir minha profissão. Vou ser psicóloga ou qualquer coisa do tipo.
Preciso estudar muito pra encontrar explicação para o comportamento humano, porque ainda não vejo.
O que me conforta é saber que eu posso ser a imbecil de algum pensante em nível indescritivelmente mais elevado do que eu. Claro, por que não?
Assim como essa injeção de padrões que eu citei, neutraliza os idiotas do meu ambiente, o que me faz acreditar que eu não esteja envenenada também?
E, ainda estou aqui falando como se fosse nula de alienação. Essa é a parte boa, se eu sou uma alienada, ainda não sei disso!
Mas se me perguntarem se quero ser uma idiota pra não sofrer, eu diria que não, por que sei que o conhecimento frustra, mas liberta.