quarta-feira, 24 de abril de 2013

Não se desculpe por dizer o que pensa.



Será que há necessidade de fazer isso?



Quando criança, tive que me desculpar várias e várias vezes por dizer o que penso, mesmo quando os outros se mostravam tecnicamente interessados em minha opinião. 
Davam-me um sapato branco com laços afeminados, e saltinho tóc-tóc, daqueles de meninas que frequentam a Igreja Cristã no Brasil - só faltava o véu - e ainda perguntavam-me se eu havia gostado. Responder a verdade era crime. Não porra. Eu não havia gostado... Ué!
Minha mãe passou a rezar ao andar comigo nos lugares, para que ninguém perguntasse minha opinião sobre nada, e se perguntassem, era que eu por em prática o "curso intensivo de bons modos" - com carga horária de uns 4 anos - e mentir com fineza. Foda. Sempre odiei fingir, logo nunca fui boa nisso. Ainda bem. (Ou não).
Sem prolongar essa narrativa sobre minha vida, até por que isso não muda em nada a tua, o negócio é que quando crescemos, podemos (podemos?) fazer algumas escolhas. Portanto, se você escolheu viver fingindo algo para satisfazer o outro, nem prossiga com a leitura. Mas se escolheu viver para você e ser o que você é, não o que o treinaram para ser, podemos ser amigos! =) Bem vindo ao clube amigão (ona)!
Quantas e quantas vezes comecei frases com "Desculpa falar, mas..."? Que idiota eu. Por quê diabos pedir desculpas por falar simplesmente o que penso? Talvez seja porque na maioria das vezes, decepcionei as pessoas ao não pronunciar - apesar de saber - exatamente o que elas queriam ouvir. Mas ainda assim, pensei, (Sim. Eu penso). posso eu estar falando a maior idiotice de minha escrota existência, quem será capaz de impedir que eu diga? 
Muitos foram e são capazes de condenar-me por dizer o que penso, mas mesmo assim não o deixo de fazer. As pessoas precisam saber respeitar a opinião alheia, o pensamento oposto, o outro lado da história. Não estou pedindo nem obrigando, ninguém a concordar comigo ou a abandonar seu pensamento para pensar como eu, apenas respeite. Pediu minha opinião? Terá! E não me venha com mimimi xurumelas, pois, até o Tio Sam sabe que não faço médias. 
Parar de dizer o que penso, suspender o que realmente sou, não colabora nem acelera o processo de entendimento das pessoas a cerca disso. 
Então por favor, por um mundo menos mentiroso e superficial, Não Se Desculpe Por Dizer o que Pensa. 






terça-feira, 9 de abril de 2013

Filha da Puta!



Faz uns três anos que estou de mau-humor, e mau consigo me recordar de como eu era antes deste períoro, ou desconfiar de uma possível origem. Na verdade tenho leves lembranças de vestígios de sorrisos, mas que não representavam necessariamente, felicidade. Eram só sorrisos mesmo. As vezes me veem á memória uns flash’s de minha vida naquela época, parecia menos torturante e lastimosa, mas sei que estou enganada, era tão deplorável quanto agora. Acho que o problema resume-se nesta maldita sede por explicações e respostas. Pra que isso? Já não basta ter nascido? Ter que viver atormentada e condenada a passar a vida inquieta atrás de explicações e respostas? Claro, claro! 

Talvez eu tinha a impressão de que era menos infeliz, porque há uns três anos não tinha consciencia da minha condição psíco-social. Existe uma parte de mim, que me condena por estar triste, e outra, que ama a dor. Essas partes brigam para dominar até meu tom de voz, mas notei que independente do resultado do jogo, nunca estarei como deveria estar. Desesperador ou reconfortante? 




Eu cometi suicídio e não entendo por que diabos ainda respiro... Já subtraí minha própria vida umas quatrocentos e trinta e sete vezes em três anos, mas ainda continuo em pé e “forte”. 
A vontade de morrer é característica do deprimido, mas a ausencia de coragem de abraçar a morte, também. Tão ilógico, mas real. Não escrevo para que o leitor entenda - ou se quer imagine - o que sinto, pedir isso seria como explicar as cores para um cego. Escrevo para reafirmar o quão sou filha da puta. Sim, filha da puta é a palavra, porque tem horas em que nada substitui um “Filha da Puta”!
Filha da puta que rodeia a própria dor com textos recheados de palavras bonitas e exageros, como se isso adiantasse… 

Dei proporcções execessivas ao meu realismo e ultrapassei as barreiras rumo ao pessimismo. Cobro das pessoas que não permitam que o imobilismo se apodere delas, mas, esqueço de minha imcompatibildade comportamental para este pedido. Idiota!

Pra não dizer que não falei das flores, são elas, as “ajudas” que recebo: 

“Ora, como pode você, achar que é um direito humano as horas mínimas de sono por noite, se daqui um tempo desenvolverás insônia?”
“Poxa, mas por que diabos reclamastes tanto, já que existem pessoas em situação muito pior que a tua?”