quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Declaração Desesperadora e Esperançosa


Desespero é consequência, da tomada de consciência de que nenhuma atitude será útil. 



Estou com dúvida sobre quem é menos feliz.  O empresário ou o favelado? 

Todo dia presencio os dois picos da desigualdade social, e isso além de me revoltar, me faz refletir. Lucro de ambos os lados.
Quando eu abria a boca pra dizer que o favelado não tem nada e por isso teria um destino previsível e infeliz, eu me esquecia de que automaticamente estava firmando a ideia de que só é feliz aquele que esbanja bens materiais, o que é errado. 
Convivo com pessoas ricas e pobres, todos os dias. Para os ricos não falta nada, apenas amor. E para o favelado falta tudo, menos amor. 

É claro que dá um puta ódio por saber que todos deveríamos ter direito às condições básicas e ideais para sobrevivência - tipo água limpa e tals – contudo não temos, e sim, por este lado é insano considerar a possibilidade do empresário ser infeliz.
Buuuut, quando é jogado na balança o amor que traz os olhos de uma criança miserável, e a dor que traz os olhos do empresário que se vê sendo escravizado pelo próprio dinheiro, fico na dúvida do que é infelicidade. 

Entramos no trabalho antes do Sol nascer e terminamos quando ele já se foi, passamos 10 - ou mais – horas do dia trabalhando para sobreviver. 
Será mesmo que é para “sobreviver”? Ou para sustentar um nível de consumo ditado pelo capitalismo? Consumimos desenfreadamente como se isso diminuísse a nossa pobreza existencial. Rá Rá 
Perdemos nossas vidas, com o objetivo de “ganhá-la”, paradoxo hilário. 
Nós trabalhamos em empregos que odiamos, para comprar coisas que não precisamos, para impressionar pessoas que nem conhecemos, passamos mais tempo com desconhecidos do que com nossa própria família. E nessa escrotidão toda, só é, quem tem. (mais risos irônicos). 

De um lado ou de outro, independente do se entende por felicidade individualmente, quem é feliz?  

Já tomei noção de que não verei melhora alguma na desigualdade social com meus próprios olhos. 
Já tomei ciência de que não presenciarei a evolução do ser humano para o progresso. 
Já saquei que nunca os valores serão maiores que o dinheiro. Porém, tudo isso não me fez desistir de acreditar numa melhora futura, para outras gerações, talvez meu olhos não vejam, mas quem sabe os olhos do futuro. Ainda acredito que o bem pode se propagar, tenho esperança de que um dia abandonaremos esse egoísmo patético. Decepcionada já estou, então por que não encher meu espírito de esperança? 

Que nosso grito de revolta deixe um eco potente o suficiente para penetrar nos corações sensíveis a essa mudança emergencial. 
Que nossas lutas sejam ignoradas pelos homens maus, tudo bem; Mas que sejam uma facada no peito daqueles que foram abençoados com o pensar, daqueles que vieram aqui para crescer, evoluir, rumo ao bem, e daqueles que são capazes de fazer mais do que manda a regra. 
Ainda acredito que nada do que for feito de coração e com amor, passará despercebido. Dessa crença me restam duas certezas: Me decepcionarei infinitamente até conseguir a tão sonhada morte de minha esperança, ou me alegrarei - mesmo em espírito – de forma gloriosa, quando meus olhos verem o Amor reinar, como tem que ser. 

Paciência! 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A inutilidade de e-mails 'anti-stress'.


Leitura indicada para todo conhecedor da lepra mais conhecida como "Trabalho".



Tenho observado com frequência a inutilidade de e-mails motivacionais, na vida das pessoas acomodadas. 
Quantos e-mails de histórias, com um emocionante e profundo ensinamento de vida, você recebe por mês? 
Quantos deles fez alguma diferença na tua vida profissional x particular?

Todos nós recebemos aqueles e-mails com um gigante ensinamento que geralmente abordam o mesmo tema. 
Eis alguns exemplos: 
- “Dose seu trabalho e procure viver mais” 
- “Procure passar mais tempo com a família do que com os colegas  de trabalho”
- “Evite trabalhar em excesso, pois ninguém nota” e todos esses conselhos infalíveis. (blá blá)

Muitos se sentem extremamente ‘sábios’ (por 30 segundos) e concordam com os temas após este tipo de leitura, porém são poucos  os que assumem a tua total incompatibilidade comportamental  com a essência e a intenção desses tipos de e-mails. 
A pessoa passou a maior parte da vida treinando pra ter um infarto e recebe um e-mail desse e ainda tem a pachorra de dizer: Nossa é verdade, ainda bem que eu não me mato de trabalhar assim... quem faz isso é fulano!
Provavelmente essa mesma pessoa é quem vai encaminhar este e-mail para outra, na tentativa frustrada de “encaminhar” também a responsabilidade individual com o teu eu; e ainda dizer que este e-mail é mais cabível para fulano do que para ela. 
Ou anos de trabalho inconsciente (esqueci o termo usado, quando a pessoa trabalha feito máquina, não sabe para onde vai seu trabalho) cegam as pessoas, ou elas tentam se auto convencer de que não são robôs, preferem viver a mentira confortável.

Já notaram o quão inúteis são estes e-mails no mundo corporativo? Ou eu - com muito pouco tempo de trabalho - só notei robôs ao meu redor, ou a coisa funciona exatamente assim, com poucas exceções. 
As pessoas não mudam a tua rotina por besteira, este tipo de e-mail torna-se totalmente ineficaz para quem a anos está acomodado com tua rotina nada saudável. Entram no trabalho antes do nascer do Sol, saem no anoitecer. Passam a maior parte do tempo de mau humor e estressadas, cantam  qualquer trilha sonora global para aliviar o stress, se alimentam de forma errônea e corrida, para não perderem tempo de trabalho. Passam pouco tempo com a família e o pouco tempo que tem livre, é reservado para futebol, cerveja, novela, cabelereiro...etc, não acompanham a vida dos filhos, se saírem nos fds geralmente vão para shoppings, vão as compras. Não se preocupam nenhum pouco com tua saúde e qualidade de vida... 
Essas pessoas passam pela vida... vivem como se nunca fossem morrer, e morrem como se nunca tivessem vivido.
Se você perguntar para uma dessas pessoas se elas gostam do que faz, ou se já realizaram teu sonho, provavelmente vc ouvirá 2 nãos. Para a primeira pergunta ´pode até ouvir um sim, mas é ilusório, a pessoa não gosta do que faz, é que depois de tanto tempo fazendo aquilo ela passa a achar que ama o que faz, mas é pura ilusão. =( 
Nos fizeram pegar amor por aquilo que somos obrigados a fazer, e esse foi o maior crime contra a humanidade. 

Daí ao receber um e-mail você acha mesmo que essa pessoa vai ao menos raciocinar na merda que está enfiando sua - e outras - vidas? 
Sabemos que existem pessoas conscientes que procuram melhorar a qualidade de vida e as relações em geral, porém eu - particularmente  - fico muito mais triste quando recebo um e-mail desses, pois vejo o quanto eu tento sair e ainda me vejo mergulhada nessa forma de vida inútil e medíocre. Não me encaixo totalmente com o que descrevi - claro - ao menos tenho a consciência de que essa não é a vida que quero para mim, que esse tipo de existência, vai contra o desejo do meu coração. Resta saber o que eu posso fazer para saber lidar melhor com meu traçado e irrevogável destino como eterna proletária...rs  

Aceito sugestões!