sábado, 24 de janeiro de 2015

2 de janeiro

Isso é tão íntimo...


Eu sou bem problemática. Não gosto de fazer a unha, nem gosto de assumir meus erros. Prefiro assumir que não gosto de assumir os erros. Alguns parabéns eu recebo por educação, outros ignoro pelo mesmo motivo. Ficar mais velha é uma puta depressão. Não por me aproximar da morte, mas por ter feito pouca coisa em tanto tempo. Na verdade quase nada. 22 anos e o que eu fiz? A quem fui útil?  Tem hora que nem música me ajuda. Tem hora que ouvir minha própria respiração é tudo que eu quero. Só pra que neste falso silêncio eu me auto-condene por querer isso. Ridícula. A energia é pesada. Tanta mágoa, tanta dor, tanta raiva. Sentimentos que insistem em conflitar com a minha consciência de que só fazem mal a mim mesma. Entram em conflito>>>ganham, é óbvio! Da mesma maneira que uma paixão coloca no bolso sem esforço toda nossa racionalidade. Os sentimentos ruins que me foram injetados e mesmo rejeitados, insistem em fazer morada nessa moça de pouca idade. Sem aquele papo chato de espiritualidade. Sem aquela fábula chata dos lobos internos. Se dominássemos nossa animalidade, o mundo não estaria mergulhado na maldade. Nós humanos não desenvolvemos essa capacidade, de controlar ou escolher a maneira como nos sentimos. Abaixo  a meritocracia emocional, espiritual então nem se fala. É tão difícil me olhar o espelho e gostar do que vejo... Qualquer moça esteriotipada e nula de originalidade me parece mais atraente que eu. Mesmo sabendo que meu charme é justamente esse caráter problemático. Que minha beleza revela-se superior à estética. Supera e neutraliza qualquer balbucia sobre os padrões construídos socialmente. De que vale a consciência? De que vale pensar tanto em tudo? Se não consigo ao menos me agradar ao me ver, ao saber de mim? 
O mundo é uma merda. A existência é uma condição miserável. Nem morrer podemos. Nem viver podemos. Precisamos aguardar pacientemente o desfecho da porra toda. E se a angustia tornar a mala da alma mais pesada todas as manhãs, trate de retirar forças do cu, sim! Do orifício rugoso. Porque não existe alívio. Não existe pomadinha anestésica. Qualquer sensação de fôlego é ilusão pura. É efêmera e portanto mentirosa. E a consciência continua sendo inteiramente inútil, ou melhor: minto! Sua principal e preferida utilidade é tornar tudo trágico. Inclusive momentos de possível felicidade. 

Como posso classificar o não-existir como algo  ruim? Como, deus? 


Ousadia

Dizem que o importante é não passar fome, ter pai e mãe vivos e uma cama pra dormir. Isso torna meu pranto irrisório. Reduz minha dor à...drama. saber disso me embrulha o estomago. 

Eu quero escrever sobre o que passa de mais podre nos meus pensamentos. Mas eu sou tão reprimida pela realidade, que não consigo. Digito uma linha, apago duas. Talvez eu ainda esteja presa aquela miserável ideia de que precisamos ser pessoas boas. Pessoas positivas e que só pensam no bem, na paz. Mas, quem hoje em dia consegue ser um aprendiz de Buda, visto todas as coisas que nos cercam? Do que comemos ao que sonhamos. É tudo uma BOSTA. Das mais fedidas. A reclamação se embasa principalmente na ideia de que poderia ser diferente. Se o mundo me incomoda tanto, é por eu saber – ou ao menos sentir – que esta errado. Mas, não sei responder o que é certo. E também não é hora de problematizar os conceitos (certo e errado), isso é coisa daquele povo que “tudo pode”, tudo é muita coisa, porra! Reclamar é manifestar sua incomodação. Não me admira que a paz seja inalcançável neste plano, seria uma ousadia tremenda exigir alguns dias de paz no intervalo entre a vida e a morte, eu sei. de todos os dias que acordarei respirando, os que me senti em paz, não recordo. É dia pra porra, mas a paz é ideologia. Ideologia >>> utopia. A tempos desisti de pedir paz. Primeiro pq se duvido da existência de quem dizem que a oferece, perco o direito de pedir. E segundo porque perdi a ousadia de pedir paz. Quem sou eu, mano? Olhe ao seu redor. Estamos todos enfermos, doentes. Como posso me achar digna de algo tão inalcançável. Então desisti. Quero alívio, quero ilusões duradouras. Quero mais horas de sono, pra prolongar o provável estado de inconsciência. Quero a ignorância. Quero alívio. Mas, aparentemente inclusive desejar isso me pareceu ousado... 

Dizem que o importante é não passar fome, ter pai e mãe vivos e uma cama pra dormir. Isso torna meu pranto irrisório. Reduz minha dor à...drama. saber disso me embrulha o estomago. 

Tá foda.  

aborígene


escrevi tudo que lembrei sobre um sonho que tive. QUE SONHO!!!




No jardim de entrada da casa daquele roqueiro tinha um túmulo. Uma escada na lateral direita contornava o jardim que ficava do lado esquerdo. Um portão velho, enferrujado e barulhento. Ele usava tênis vans e eu também, de alguma maneira isso me aproximou dele. Não tive medo. Quis até ler o nome lapidado na pedra de mármore cinza, mas em meus sonhos, meus olhos falham. Assim como a voz.
Subimos uma escada infindável por dentro da casa, até que eu notei que éramos os invasores. O que fomos buscar ali? Não sei. Depois disso eu cheguei em Recife num naufrágio, e mano, nada de Wilson (rs). Uma onda que penetrou meu corpo de modo que eu fiquei líquida. Não me afoguei é claro, porque eu era parte daquela água. Não senti nada. A onda me atirou ferozmente contra o vidro espelhado daquela joalheria. Levantei tonta e depois de perceber onde eu estava, abstraí toda dor e uma felicidade imensurável dominou meu peito! Caralho, uma cidade litorânea, tudo que eu sempre sonhei, desde sempre. Era Recife, certeza. Eu subia uma ladeira parecida com a do pelourinho de Salvador. Com as costas encurvadas formando um “c” para quem me visse pela lateral, quase de quatro, subia me sentindo uma fumaça fazendo o mesmo movimento dos cheiros de comida ilustrados no desenho pica-pau. Eu era sedutora como o cheiro de alho, cebola e azeite, corando em fogo baixo. Kkkkkkkkkkkkk Estava no Recife Antigo, eu senti. 
Depois disso, éramos como crianças ET’s. gritei o Adam mais vezes do que pude, tão alto que fiquei surda. Gritei! até perdi o fôlego mas não ouvi se quer um ruído. Algo estava tampando minha garganta. Andavamos dentre as intermináveis plantações de cana, milho, não sei. Não sentíamos medo, era um grupo de crianças e eu, por último tendo uma visão privilegiada do horizonte, como se eu fosse alta também.
Acho que foi o efeito de ter assistido “Austrália” e brisado naquele garoto aborígene. Não somos humanos. Somos espíritos, não há duvidas! Mas, pra que? E por que? 

audácia


título em homenagem ao filme Divergente!



Cansativo é esperar por quem não vem.
Exaustivo é adquirir o dom de não esperar ninguém.
Particular é a consciência da condição da massa.
Pequena e solitária é a vida de quem disfarça
Tenta esconder e viver normalmente...
Sem notar o quanto isso é inconsequente.

Nunca mais vou ter 22 anos de novo. Cada manhã é um passo em direção à morte. E cada consciência é um passo em direção ao nada. Tenho absoluta certeza que a vida é mais que trabalhar, estudar e formar família. Mas essa certeza não é suficiente. Vivo revoltada. Com a banalidade e com o absurdo. Vivo revoltada! Mas não o suficiente para me dispor a morrer pelo que acredito. Talvez porque ainda não acredito em nada. Não sei como quero que seja. Mas sei que não quero que seja assim. Insuficiência. Confusão. Sujeira. Imobilismo. Insuficiência de novo. Ontem fui assaltada, hoje assisti um filme. Amanhã vou no aeroporto. Domingo vou cometer um erro. Segunda outro.

Estou esgotada. Dedico uma lágrima a cada letra. E um desespero a cada silaba. Estou dizendo: Estou esgotada! No limite! 
Não quero arrumar um emprego, mas também não quero ir no protesto. Será mesmo que sou do tipo que exige facilidade? Que ri da velha história de que a vitória é proporcional ao esforço? Será outro erro meu pensar assim? Por que?
Não é preguiça, é cansaço! É ruim não ter caminho, pior é abrir um. Prefiro continuar estática enquanto os insetos me comem. É tudo incerto e mais provável ao fracasso. Eu estou dizendo que estou esgotada. Será que quando eu realmente estiver, vou precisar dizer? Por que você desvia teu olhar do meu? Pq faz isso todo santo dia, deus? Pq fui adestrada a me culpar pelo SEU desprezo? Acha isso, justo?

Quero facilidade, praticidade, faca e queijo. Rejeito a luta. Rejeito o esforço. Não há recompensa, eu fiz o teste. O que sobrou? Um puta medo de envelhecer amargurada. De chegar na velhice frustrada. Olhando pra tudo que vi de errado e achando certo ou minimamente razoável. Nunca tenho dor de cabeça, mas quando tenho... puta que pariu!! Deve ter sido as bicada no velho barreiro enquanto eu fazia o almoço. E lavava roupa. E pensava nele. E limpava o chão. E pensava nele. E esperava por quem não vai vir...

VocÊ tem acesso a mim. Acesso ao meu interior, eu sei que tem. Então não preciso me esforçar tanto pra traduzir como me sinto. Quero colo! Tá bom pra vocÊ? Estou assumindo que quero colo! Precisa de mais? Não dá. Sou insuficiente, lembra? Sou insuficiente até nisso.

insuficiente



Fui na quitanda e nem notei que mudaram a cor do bar do Mineiro. Era verde e agora é rosa. Por que rosa, caralho? O jogo sempre vira, né? E meu maior problema é nunca notar no momento em que acontece. Eu poderia ter visto o trabalho dos pintores... Depois que sinto o quente das lagrimas molhar meu rosto é que me atino a procurar os motivos... Lerda. Inteligente pra tudo e com todos. Menos pra mim e comigo. Falha. Sou uma fraude. Convenço todos que nunca choro, que sempre estou forte pra tudo. E quando eles acreditam, eu desabo. Passo tempo demais exaltando as tragédias. E tempo de menos procurando o bem. Prego e admiro uma ideologia de paz, bem e amor. Não faço o contrário, mas alinhada não estou. Sei que preciso manter em harmonia o que penso, falo e faço. Mas, 22 anos, será que já era pra isso ter acontecido? Quero mais tempo pra mim. Pra descobrir o que quero e do que preciso. Quero estar forte pra dor, antes que ela chegue. Cansei de tirar força do cu, toda vez. Numa dessas quase fui atropelada pela vida. O tempo  não espera ninguém. Estudar, ler um livro, casar, fazer família, brigar, fazeer pazes. Chorar. Acordar chorando. Dormir angustiada, acordar chorando. Passar o dia se auto-afirmando capaz e guerreira. Olhando no espelho e dizendo às minhas rugas que não estou velha. Você não pode cair. Você é a sustentação disso, e você sabe! 

errada

A minha alma nem me lembro mais, em que esquina se perdeu ou em que mundo se enfiou...



Não adianta fingir que não, 
quem tá no erro sabe
perdida dentro de si, em vão
achando mais dúvidas, já não cabe!


Eu faço o que gosto, quando quero

meço com minha régua mas não tolero
o fato de ser errada, falha.
quero sempre estar correta, sábia.


Cobro de mim meu melhor e 

triste é comprovar sua insuficiência e pior
sua inconsciência, sua fuga
sua falsa inocência, sua puta!


Penso em seduzir o estuprador

Para que toda minha dor
Passe a ser dele


Tá tudo errado. 

Desde o que ando pensando
Até o que venho fazendo
Saber que esta errada
Continuar sofrendo


Alguns kms ficam no vão do que quero ser e de quem sou

Algumas vezes eu digo não a mim mesma, só pra testar, até onde vou?
Como esotu? Pra que pensar tanto, sobre tudo? 


A leveza é um sonho distante

Que me visita e me lembra a todo instante, 
Ser humana é extasiante por hora, mas,
Quase sempre aterrorizante!


Pq eu menti? 

Será uma questão de necessidade de aceitação?
Ou apenas um sintoma da depressão?


Pq diabos eu menti?

Lutei pra impressionar,
Ou fiz pra distanciar?


A mentira é uma maneira de adequar-se ao outro.

Quase sempre é sem maldade, só um erro suposto.
Que supõe mau-caratismo, mas suposições já constam nos “ismos”.


O que é mau-carater?

O que é maldade?
Qual o preço por ter
Qual o limite da vaidade? 


quarta-feira de cinzas. Pela morte do meu fingimento. 


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Surpresa

Não me admira, não mais!


As vezes ele some. Fica uns tempos sem aparecer, sem eu perceber. 
Mas, as situações sempre estão por perto, e elas fazem eu sentir uma falta tremenda dele. 
Então ele volta, cada vez com mais força. Joga ácido na minha ferida que sangra a anos.
E depois oferece a morte como alívio imediato. 
Fica tão irresistível. Mas eu resisto, não me pergunte como. Eu prefiro a dor alucinante.   

Ainda tem ar no pulmão, ninguém pode evitar isso.
Então eu sigo, caminhando em direção ao nada.
Tendo espasmos de desespero a cada 100 metros. 

Suicídio, passa amanhã. Hoje eu não vou te abraçar. 


Centrão


Uns dois


Estática frente ao cenário selvagem que é a praça da república às 23:00 horas de uma terça feira.
Estática esperando a tragédia. Pra eu que sou pobre ser roubada já é tragédia, mas não é disso que falo. 
Tragédia de ser líquida. Observar minha existência de dentro pra fora, não ver nada.
Ou ver o caos. O caos ainda é alguma coisa? 
A Av. São João é menos perigosa que ter acesso aos meus próprios pensamentos... 
Des-espera-dor. 
Estava tentando definir dor ontem...
Saudade de um amor idealizado na infância, que nunca existiu. 
Saudade da utopia de um mundo melhor, que foi destruída pela racionalidade maldita. 
Aquele baseado era bom. 

Vanessa e Gabi



Primeira nota: Este texto não trata das exceções, mas da regra. Se você não sente-se atingida pelo machismo em nenhum aspecto, sorte sua. É por isso que este texto fala de quem é atingido, sobre as exceções falamos depois, tá? 
Segunda nota: é didático, coisa que academicista odeia, então se está preocupado com porra de norma culta, nem leia.
Terceira nota: não é por ser a “sua opinião” que ela deixa de ser preconceituosa e machista, então cuidado! 


Quando você percebe ele já deu um jeito de construir um muro ao seu redor. De modo que sua própria identidade some. Ele muda seu nome pra mulher dele. Onde quer que vá, será reconhecida dessa maneira. A sensação de posse sobre você, deixa de ser só uma sensação dele, para ser sua realidade. O exterior legitima isso. As pessoas que vocês dois conhecem, tratam você como propriedade do cara, ninguém sabe seu nome, nem nada sobre você, só sabem que vc é “mulher do fulano”, e agem como se só isso bastasse. 

Porra! Sou mais que isso.

Se alguém refere-se a ti, as respostas são previsíveis:

_ Quem é aquela preta gostosa?
_ Vish irmão, é mulher de fulano. 

E mesmo se a pergunta for outra:

_ Quem é aquela mina que falou de mim, vou cobrar! (ex.)
_Vish irmão, é a mulher de fulano. 

A conversa termina aí. Você se torna alguém inacessível em todos os aspectos por ser identificada e classificada como “mulher do fulano”. Se um cara quiser ficar com você,
ele não vai conseguir, (mesmo que você queira) pq você é a mulher do fulano. E se um cara quiser BRIGAR com você, ele não vai conseguir pelo mesmo motivo: Você é a mulher do fulano!

E quando seu relacionamento acaba? 
Você vai continuar sendo a “mulher do fulano” por um bom tempo.E quando finalmente a galera reconhecer que você deixou de “pertencer à ele”, ou seja, terminou a porra do namoro, ainda assim, será reconhecida socialmente como “ex do fulano”. E até você voltar a existir na sociedade como VOCÊ MESMA, demoooooooora.

Caralho, parece que tudo acaba nisso. Parece que não existe você!

Se um cara te olha, seu namorado fará VOCÊ   sentir-se culpada por isso.Culpada por ser bonita, gostosa, atraente, inteligente, feminina, ou por ser SIMPLESMENTE mulher. Entende como o mundo ao nosso redor nos diminui à “mulher do fulano?”. É chato, é humilhante e desesperador, principalmente quando você ama o cara. 

É difícil ser mulher, mais difícil ainda é ser a "mulher de" alguém machista. Toda mulher conhece a fundo as sutilezas do machismo, e boa parte delas, a brutalidade do mesmo.
O cara faz o mundo inteiro acreditar que você vai “ser dele” eternamente, isso é bruto! 
Mas ele não faz isso sozinho. A sociedade é machista, e vocês sabem do que estou falando! Sociedade é: os amigos do cara, a mãe do cara, os irmãos do cara, nossas amigas, nossas mães. A sociedade é formada pelas pessoas que nos cercam e nós todos ajudamos nessa construção social que é o machismo. Porque somos mulheres que nascemos nessa sociedade machista, fomos criadas por mães machistas, e aprendemos coisas machistas desde pequena. 

As relações de gênero estão marcadas por desequilíbrios em favor dos homens, prova disso?

- Vai lavar louça (clássica) 
- é loka, tá de TPM.
- essa é pra casar!
- mulher é interesseira, mulher só pensa em dinheiro.
- seja mais feminina! 
- se ele bateu não foi à toa. 
- mulher tem que se dar o valor
- mas você é mulher, né? 
- pra homem já é feio, imagina pra mulher? 
- mal comida
- falta de rola 
- é feio mulher falar palavrão, beber, fumar.
- é feio mulher jogar bola, dirigir caminhão, isso é coisa de “maria-macho”
- fique calada POR QUE você é mulher (???)
 (https://www.facebook.com/groups/NaoMeKhalo/permalink/348276348675808/) 

A sociedade cria umas regras e bota pra funcionar, e essas regras com o passar dos anos se naturalizam, de modo que pra gente, é normal. De tanto se repetir e ninguém questionar, vira uma coisa banal, normal, que passa batido, vira rotina. Quando na verdade não é normal, nem pode passar batido, caralho! Até quando vamos aguardar os senhores omis levantarem das mesas abastadas para que peguemos as migalhas?

Não existem coisas exclusivamente de mulheres. Coisas que só mulheres podem fazer, tipo serviço de casa. E nem coisas exclusivamente de homens, tipo jogar futebol. Existem coisas. E existem pessoas. Foda-se!

A ideologia feminista não defende a troca desses papéis, como muitos imaginam. Não queremos ser “mais” que os homens, ou “ficar por cima” deles. Feminismo não é o contrário de machismo, gente! A proposta é desconstruir as barreiras socialmente construídas, visando a utopia da igualdade de gênero. Mulher ser igual a homem dentro das relações sociais e amorosas! Ganhar o mesmo salário, (http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141031_desigualdade_fd).
Poder fazer as mesmas coisas, sem ter que ouvir que “isso é coisa de muié-macho”.

Andar sem camisa pelas ruas num dia ensolarado (rs) como homens fazem, e nem por isso eles “não são homens pra casar pq exibem muito seu corpo”, ou “esse homi tá pedindooo, tá querendo ser estuprado”! E sentar com as pernas abertas gente? Porque diabos temos que cruzar as pernas quando sentamos?????? Não faz nenhum sentido. Outra brisa: Quando numa roda tem 6 mulheres e 2 homens, alguém pode dizer “Eles estão ali”, e nós temos que nos sentir inclusas no pronome masculino (eles) mesmo quando somos a maioria na porra da roda. E o contrário não acontece. Nenhum homem se sentiria incluso caso alguém dissesse “Elas estão ali”. Na cabeça masculina a pessoa se referiu apenas ás mulheres, e por que isso acontece cacete?
Eu penso, será essa uma preocupação muito banal, será pressão minha, exagero? E a resposta vem num tiro: NÃO. Essa não é uma preocupação idiota, pq a opressão se fortalece nas sutilezas!

Mas salvo esses exemplos toscos, nós feministas, lutamos por muito mais. Lutamos para que as mulheres sejam protagonistas de suas próprias histórias na sociedade, e não expectadoras dos homens. Refletir e questionar onde estão as raízes dos porquês não podemos muitas coisas, é encontrar o vazio do argumento machista. Nenhuma arvore sem raiz fica em pé, então o funcionamento do machismo não faz sentido! É ideologia pura, por isso lutamos pela desconstrução disso tudo. Escrevo hoje não para as mulheres que já são feministas e conhecem a validade da luta, mas para as que sentem tudo isso, sabem, vivem e entendem tudo que citei e não encontram saídas. Costumo dizer que toda mulher é feminista, é que algumas ainda não sabem...rs

Também não digo que o feminismo é a saída, mas pode ser um caminho possível, e não me pergunte como faremos isso, só me dê a mão e bora descobrir juntas no caminho! <3


Sexta Feira

digitem sexta-feira no Google imagens e se divirtam com a quantidade de memes sobre. Divirtam-se com a própria miséria!

Já pensou no peso em que carrega?
Trabalhar toda vida de maneira cega
Enriquecendo a conta bancária de outro sujeito
Que determina o valor do seu trabalho com desrespeito

Você acorda antes do Sol nascer
Pra assistir de camarote, sua vida apodrecer
Só serve para engrossar as estatísticas
De uma massa que não reflete sobre sua condição acrítica

Você já parou pra pensar no porque exato dessa ansiedade pela sexta feira?
Dessa comemoração da chegada de um dia que na minha cabeça se assemelha
A espera pela aposentadoria para que finalmente possa viver
Esperar sua carta de alforria, de um trabalho que você não pediu pra ter...

Esse desespero nada revela, se não o quanto você é escravo
A ponto de esperar anos sem ao menos ficar bravo
Enquanto o engravatado aplaude seu prejuízo
Você sai do trabalho convencido de que está no paraíso

A propaganda diz pra você comprar pra ser mais interessante
Ser uma pessoa melhor, acumulando bens materiais insignificantes
Vendem isso de maneira tão convincente
Que o trabalha-dor dá a vida pelo produto despercebidamente


Uma existência materialista
Arbitrariamente decidida por um sistema capitalista
Mediocridade escravista
Não sou pessimista, mas realista!
Mídia sensacionalista
Governo fundamentalista
Seres humanos individualistas
Deixam o nome na lista
Pra entrar VIP nessa carniça!

vagalume



Nunca pensei que sua personalidade me causaria tanto desconforto. Dá até medo de ser  eu mesma. Espero que não esteja me mal dizendo por motivos que eu mesma desconheço. Não quis ser invasiva propondo te ver as quintas, foi apenas uma sensação espontânea que exaltou minhas impressões sobre ter te encontrado, sobre ter sido – finalmente – beijada por você, e por que não também, sobre ter te beijado de volta?
Agora fico aqui sem saber se mergulho nessa mar de se’s, ou se me seco com a frio que vem de você? Agora fico eu e as duvidas, uma olhando pra cara da outra com a expressão mais patética do que os romances da novela rebelde... AHAHAHAHAHHA 
Ria comigo? Mas não ria de mim! Quero você, e preciso ao menos de uma resposta, ainda que negativa, para dispensar todo peso excessivo na mala da alma, porque fisicamente nóis suporta, mas e do resto? 

Expectativas nos entorpecem de tal modo, que nos faz desprezar sua única serventia: anteceder uma frustração. 
Meus dias recheados de coisas que a maioria define como boa, e eu ainda arrumando formas de reclamar. Hehe. Esta sou eu. Implicante, complicada, insatisfeita e complexa. Estou exausta da busca por sentido, talvez seja mais saudável buscar uma vocação que alivie o sufoco de existir... Eu sei, sempre o mesmo blá blá. 
Tento ser compreensiva com situações e pessoas repugnantes, a ponto de me esquecer das minhas próprias emoções. Quando vejo, o quente das lágrimas já molhou meu rosto me fazendo lembrar de questionar: Por que diabos tenho que ser compreensiva? Nem na tal lei do retorno eu boto fé, porra.
Crescer é se casar com a dor. E dormir com ela toda noite. Aprender é ter uma filha chamada frustração e aproveitando a analogia, você concordaria comigo, caso eu dissesse que familiares são como aquelas moscas ou larvas que comem a carne podre das feridas dos animais maiores, sabe? Sei lá como se chamam, são larvas que comem a carne podre. Familiares são assim, eles até fazem um bom trabalho, mas são nojentos. 

Estou com saudade de você, e comecei a escrever isso pra aliviar a dor da saudade que sinto de mim. Não se irrite, pessoas são assim, você é assim. Mas é natural. Sentimos falta e nos achamos íntimos daqueles que não fazem nada, além de ser simples. E ‘nada’ vira, ‘tudo’. 
Milhões de achismos? Não ache nada

É que..eu quero fazer parte da sua rotina. Mas sem perder o frio na barriga de ouvir uma cantada sua e temer os segundos seguintes. 

Você não escolheu crescer, mas eu escolhi te amar

Você não escolheu crescer, mas eu escolhi te amar



É triste viver pra atestar
Que alguns que amo não vou gostar
De ler isso e se enxergar
A cada linha, se identificar


O crescimento é opcional

Atrelado a dor que é natural
Auto-sabotagem não é legal
Permitir-se, é uma ousadia animal!


Mas quem sou eu pra aconselhar?

Sou uma gota no oceano, não quero nem posso julgar
Tento apenas, a ti transpassar
Tudo que me foi útil, e que você poderia se poupar.


Amigxs em mim sempre vão morar

Independente de suas escolhas, no meu coração podem se abrigar... 
Torço sempre por você, quero te ver vencer
Você não escolheu crescer, mas eu escolhi te amar.

Nóis é ruim cachorro




Desculpe. 
pela raiva que alimento toda manhã
pela mágoa que antecipa minha velhice
pela esperança nada além de vã
por dar descarga em tudo que me disse


Desculpe.

pelo ódio embrulhado na razão
pela negação da podreza do espírito
pela inutilidade da discussão
pelo encarceramento do eu-lírico


Desculpe.

Por culpar sua condição
Pelas vezes que eu menti
Por usurpar seu perdão
Mas também pelas verdades que vivi


Desculpe.

Pelo medo de alcançar sua essência
Pelo interesse forjado
Pela frieza de assumir minha indecência
Pela desimportancia do passado


Desculpe...



Desculpe?


desculpa é o caralho

Você é quem mais sabe exaltar a podridão humana. 
Não venha me culpar pela sinceridade do cenário
Se acha que eu me importo? Se engana!





fia



Óbvio que ela pode tricotar todo o cabelo
Sua mãe que paga as conta, nunca precisou de um emprego...
Sua mesada rende pelo menos umas cinco tatto
Feitas unicamente ostentar seu status de revolucionária, “natu”...

Fácil ser a garota jah bless do insta
Quero ver fazer a janta pro seu irmão levar marmita
Foi pra festinha preta que teve na ECA?
Esqueceu de levar o diploma e se vestir com a beca




Sofrência de patrício


De que adianta você ter passado a vida aprimorando sua intelectualidade
Se sua estrutura se abala ao deparar-se com minha realidade?
Voracidade? Hoje alagou a cidade,
sinto muito foi só vaidade
quero que se foda sua particularidade!


Por falta de legitimidade, você se aproxima da preta favelada
Descola um sub-emprego, para de ir ao shopping
mas não despede a empregada
Afinal, quem vai lavar seu cu de noite, mesmo cansada?

Nojo dessa juventude transviada!
Poupe-me dos seus estudos literários, 
dos seus blá blá blá de ótario
pula a grade do seu condomínio e vai pra casa do caralho!


Uma ganja gosta de fumar
Mas tranca o cu de ir na boca, buscar...
To ligada, ligeira, te vendo
Traz a holandesa, borracha, veneno
Planta no quintal de casa e passa a ser “rasta”
E o menor que tá na campana da loja? Não é tua essa desgraça.


Faz favô pa nóis? 
Não copia nossa gíria, pra não ficar em maus lençóis!

Raposa

Cemucrew ou algo assim



Esticou os braços e por um instante eu quis seu abraço
Mas eram apenas pedaços
de um sentimento embrulhado num papel vermelho, amarrado por um laço
embaraço! Foi como dormir de chapinha e acordar de dread’s

desnecessário implorar, invadir, questionar.
Incontrolável lembrar, sentir, perto querer estar.
Insignificante pensar, remoer, sentido querer dar.
A cara é: simplesmente aceitar que vai doer e seguir sem reclamar.

Um poeminha por dia
Sem essa de enfeitar o que quero dizer, cheia de gracinha
Matando toda feira que não for quinta. 

Ganhei uma bolsa pra guardar minhas vontades
Uma blusa pra vestir meu querer
E chocolate, pra entorpecer

Presentes de quem se faz ausente
que por opção (madura) não sente
a delicia que é viver!

Respeitar? Temer? Insistir?

por enquanto apenas matando oda feira que não for quinta.
      

Pele



A primeira regra foi o silêncio. As sombras das pessoas que transitavam do lado de fora, a fragilidade do nosso esconderijo, meus gemidos baixos e afogados na adrenalina. 
A segunda regra foi o prazer. Agilidade para me despir, sem frescura pra me encontrar no escuro, o ar ficando quente... 

- Odeio quando me beija de olho aberto!
- Eu gosto de ver você ME beijando!

Seu olhar me pedia permissão pra tudo, não precisava...

Então irresistivelmente abstraio tudo ao nosso redor e me entrego a ti sem medo. Entro num jogo de lego, onde as peças são fornecidas por tuas ações, abrindo no meu imaginário leques de possibilidades...
controlar a voz, a respiração, o corpo. Não gosto disso. Quero descontrole! 

Gosto de sentir sua mão larga deslizar pelo meu corpo liso, por minha pele aveludada.
Gosto de ver em teus olhos o prazer de tocar algo que você imaginava ser inalcançável.
Guiada pela vontade de te ver delirando por mim: - Minha vez! 

Nos próximos segundos são meus olhos que buscam sua aprovação – e encontram. Meu olhar te invade com violenta sutileza e delicadamente desperto sua selvageria. Eu sinto. 
Gosto do descontrole que escorre de sua expressão a cada impulso
E faz escorrer um líquido avulso
expulso
sem 
custo. 

protagonista de novela mexicana?

avassaladora - usurpadora!


Não basta os mano que confunde “bom dia” com “quero te dar de quatro”, agora tá na moda os que confundem mera educação com “disponibilidade para envolvimento amoroso com direito á lágrimas”.
Os caras se apaixonam sozinhos, ficam na sofrência ala Pablo e depois mendigam minha “compaixão” (porque dó, é feio). 
Sai dessa irmão, não movi um músculo para lhe dar qualquer sinal longínquo de suposta reciprocidade. Não venha me culpabilizar se vitimizando.
Cada um cuida dos seus próprios demônios. As vezes criamos histórias dentro de nossas cabeças e acreditamos nelas de uma maneira tão forte, que se tornam reais...reais apenas dentro de nossas cabeças. Assumam a responsabilidade.

Quem me vê falando assim, deve pensar que sou uma puta duma megera, maléfica, cruela... Ou ainda, que meu ego tá tão inflado que me senti no direito de fazer essa obs sobre os omis. 

Mas, gente, na moral, nem um, nem outro. Falo do que vivencio e este ano já me apareceram muitos corações - partidos pela faca de serra da minha cozinha que eu nunca usei – tentando que eu me sentisse culpada e – pasmem – arrependida. DO QUE? Eu se quer sabia da existências de corações derretidos pela minha pessoa... Caralho, nem gata eu sou. Gostosa nem se fala... 

E antes de me classificar como fria ou má, pense na proporção da dor que a ausência da sinceridade causaria. Antes te ferir com a verdade, do que te iludir com a mentira, isso sim é se importar. Faço com os outros o que eu gostaria – sem pressão – que fizessem comigo: APENAS SEREM SINCEROS.

Good vibes (:



Freguês



Este poderia ser um escrito sobre as pessoas que colaboraram para que eu passasse a pensar dessa maneira. Mas é só um escrito sobre mim.
Sobre meu orgulho, vaidade, preguiça e imobilismo. 

05:16



A cada dez vezes, onze eu passei espectando. Assistindo de longe, admirando e imaginando o quão intocável era aquela personalidade. Passei meses sentada na cadeira principal do camarote. Eu fui sua principal e mais alienada plateia. Fui perfeita no que fiz, assistia todo o show sem questionar nada, e mais, por vezes acreditei na magia que escorria daquela atuação. Demorei a perceber o quanto aquele show nada mais era do que simples retórica. Retórica sofista. Arte de argumentar. Dom de convencer. Que raramente era usado para o bem. 

Transbordava simplicidade na mesma proporção em que era guiado pelo próprio ego e na verdade, refém dele. Passava a maior parte dos dias flutuando, levitando sobre um surrealismo barato que só vai servir como navalha rasgando a epiderme da alma. Fantasiando e vendendo uma possibilidade fácil de alcançar a vitória. Fácil não exprime uma grama da insignificância dos obstáculos. Abstraia todos os empecilhos reais em nome de uma fé cega. Fé que o direcionava ao abismo, sem que ele percebesse. 
Tão assustador e bizarro quanto uma gravidez psicológica, ele realmente acreditada ser Deus – e por um momento, foi mesmo.


Fiquei exausta, cansada de me esforçar para ser no mínimo positiva. Olhar as coisas pelo lado bom... Esforço que não me dá garantia de recompensa. O pique de uma jovem idealista de quinze anos, me foi arrancado pela realidade. As situações pelas quais eu vivenciei, moldaram e determinaram a minha maneira de interpretar o mundo. E essa maneira não é positivista. Nem fodendo mano!  Não adianta fazer curso intensivo de desconstrução ideológica, porque uma: estou satisfeita em não esperar a improvável e bacaca possibilidade da vida me surpreender e duas:  eu simplesmente não quero ser uma pessoa legal. Nunca me atrai pela normalidade das pessoas felizes ou ao menos positivas. 


Me nego a participar dessa peça como figurante ou pior, mera espectadora. Meu pessimismo existe sim, mas ele não me cegou a ponto d’eu esquecer o meu valor. Eu sou uma mulher sincera e este é o meu maior defeito. Principalmente quando não sei medir nem esperar o “momento certo” de dizer as coisas que penso e acho no meu mar de suposições sobre a vida. Não quero crescer hoje. Não quero ser uma pessoa melhor. Não quero pessoas por perto. 


      


Ser pobre é arte

Quem vive de arte é quem tem PAItrocinio. 



Pobre não vive de arte.
Faz arte ao viver pobre.
Arte de valor imensurável.
Arte ignorada pelos curadores mais pika.
Arte sem legenda pra leiga.

Porque aqui não se trata de bibliografia, mas de vida, fia. 
Nossa arte não é disputar pra ser descolada ou mais informada, underground, gangueragi
Você é leiga na nossa arte.
Leiga na arte de sobreviver no inferno.
Leiga na arte de alegrar-se com a própria miséria. 

Odeio gente leiga. Diplomada e leiga. 


dividir os dias

até bonitinho, mas acha que "política não se discute"


Eu te namoro faz é tempo, mas você não sabe.
Quanto tempo passo com você vivo, dentro de mim.
Quanto tempo perco fazendo planos e confrontando a realidade.
Aceito que te amo assim como aceito o fato de você ser inalcançável.
Detesto a dor, mas sinto fortes atrações por ela.
Não há nada que me deixe mais viva que a dor.
Vivo de boa com a certeza que amo você.
Tanto broto me querendo
E eu aleatória cuidando das feridas suas.
És lindo, mas sua beleza não mais me entorpece
Nunca me guiei por aparências, não é agora que o farei.

quem sabe até as próximas eleições eu já desisti...rs


Consciência Dolorosa




Esses dias eu fui maquiar seus olhos com sombra, 
e quando você os fechou eu imaginei você morta.
Só soube que tinha me arrependido desta imaginação,
quando senti o quente das lágrimas molhar meu rosto instantaneamete. 
É em situações como esta que eu descubro que em mim existe algum sentimento bom por ti.
Mas isso não me deixa feliz. Cuidei logo de manter seus olhos fechados
até que eu secasse as lágrimas dos meus.
É como se meu corpo biologicamente te amasse,
como se minhas veias te amassem.
Não eu, ou meu espírito, ou minha mente. 

velho buk, sabe das coisa



“Eu podia ver a estrada a minha frente. Eu era pobre e ficaria pobre. Mas eu não queria particularmente dinheiro. Eu se quer sabia o que desejava. Sim, eu sabia. Queria algum lugar para me esconder, um lugar que ninguém tivesse que fazer nada. O pensamento de ser alguém na vida não apenas me apavorava mas também me deixava enjoada. Pensar em ser uma advogada, ou uma engenheira, ou uma empresária, qualquer coisa deste tipo, parecia-me impossível.
Casar, ter filhos, ficar presa a uma estrutura familiar. Ir e vir de um local de trabalho todos os dias. Era impossível. 
Fazer coisas, coisas simples, participar de piqueniques em família, festas de natal, ano novo, dia do trabalho, dia das mães....afinal, é pra isso que nasce um homem, pra enfrentar essas coisas até o dia de sua morte??
Preferia ser uma lavadora de pratos, retornar para a solidão de um cubículo e beber até dormir.”

- Este trecho poderia tranquilamente ser assinado por mim. Imagine que lindo, “Larissa Cordeiro” no final das aspas?? Hahahhaha! 
Mas não. Há muito tempo Bukowski, já vivera a mesmíssima agonia, talvez não seja pra eu ficar feliz por saber disso, mas fico. 

Odiosa natureza humana! 

Saudades minhas, de mim.


CAIEIRAS


Este texto foi escrito há dois anos e a foto tirada na mesma época. E como previsto, profetizado por eu mesma, chegou o dia em que eu iria ler, e não iria mais concordar comigo. Ainda assim, compartilho a brisa, por amor!

Trata-se de me amar,
amar você, até
você se amar, 
e me amar, 
de volta. 

Não consigo lidar com isso. E o que me deixa mais triste e irreversivelmente irritada, é saber que eu vou aprender a lidar com isso, ainda vou olhar pra trás e me achar uma idiota por HOJE estar pensando assim, infelizmente. Isso é tudo o que me destrói. 
Fazemos amigos, nos relacionamos com as pessoas, e tudo é tão lindo, de repente eles simplesmente se esquecem de nós, ou não esquecem, mas não veem mais a necessidade de cuidar, pqe sabem que já nos tem. 
E detalhe, não nos é dado o direito de sentir saudade. Inacreditável como somos primitivos, e mais inacreditável ainda como usamos com naturalidade a famosa aceitação “a vida é assim mesmo, vc tem que aprender”. Não me sinto capaz de crer nisso, não hoje, não agora. Ou eu prefiro desconfiar que “as coisas são assim mesmo”. 
Mas é de uma pequenez me conformar, que não consigo. Daí sofro. 
Queria ser uma idiota que nada questiona, queria viver aceitando tudo que me foi, é e será imposto, queria poder não ter a noção de que posso fazer mais, quem sabe assim conseguiria aceitar essas ridicularidades sem muito nhê nhê nhê. 

Se eu não fosse consciente da minha grandeza, acho que seria menos infeliz, pois eu aceitaria migalhas, como os demais. (e não pense que falo de minha grandeza com prepotência, e se tiver, foda-se).

Qual o problema em sentir saudade e mais que isso querer estar perto? 
Nem isso é aceito hoje em dia, aliás, a única coisa que aceitamos pacificamente e acabar com nossas vidas, em todos os sentidos. INACREDITÁVEL mais uma vez. 
Temos que estar o tempo todo sorrindo e feliz, mau-humor não é aceito, é considerado falta de educação ou grosseria. Para! 

O primeiro pensamento que me veio a mente assim que abri os olhos foi: FALTA MUITO PRA ISSO ACABAR?
E a resposta veio num tiro: Não, só mais uns 50 anos de trabalho desgostoso e relacionamentos mau resolvidos
Será que amadurecer vale a pena, visto que eu aceitarei tudo isso como se fosse “natural”??
Será que crescer realmente é o que quero?? Visto que eu lerei tudo isso e descordarei de mim mesma?  
Será que evoluir e ampliar a consciência é realmente “aprender a aceitar”?? ou como preferirem chamar? 
Não estou revoltada, nem força pra isso tenho, só estou triste e fraca.