segunda-feira, 25 de março de 2013

Boooooooom Dia, teu cu.


Eu odeio simpatia matinal. 



O universo é conhecedor de que eu NÃO BEBO CAFÉ, ainda assim as pessoas que convivem há anos comigo me oferecem saporra pela manhã.
É mais fácil o Tio Sam saber que não bebo café do que o verme que me conhece ha anos. 
Qual é o problema das pessoas? Será que não percebem que são 8 horas da manhã de uma segunda-feira horrorosa, que me esfrega na cara o quão sou escrava de um sistema que repudio?
Qual é o problema das pessoas? Que acham que eu tenho sim que desejar bom dia com sorrisos largos no rosto?
Qual é o problema das pessoas? Que conseguem exterminar a gota de compressão que me sobrou, em segundos?
Qual é a porra do problema de estar exausta da vida? É proibido desejar que o mundo se foda?

 O problema não está nas pessoas, está em mim. A única adversidade é que os outros não me deixam viver meus problemas, eles invadem minha depressão com um repugnante bom dia, eles atropelam minha dor com um copo de café que fede a merda, eles me deixam com dor nas costas só de olhar em suas caras patéticas e estúpidas. Eles me fodem, todas as manhãs, em todos os sentidos. 

Ahhhhhh que merda, esqueci de desejar-lhe um Boooooooooom Dia com carinha feliz, como pude fazer isso? Como puder ser capaz de tal crueldade, selvageria? Ora, o que será de minha vida depois deste ato bruto? Alguém por favor, condene-me a fogueira por heresia em potencial? 

_)_ 

sexta-feira, 22 de março de 2013

E.T.




O consumismo aliena.
O comodismo corrói.
A carga horária escraviza.
O poderoso oprime.
O crachá acorrenta.
As férias incomodam.
E o dinheiro cega, cega pra caralho.

E eu? Não. Não sou deste mundo, apenas faço parte dele e repudio a mim mesmo por isso. 

quarta-feira, 20 de março de 2013

Essa conversa não é sobre você



Compatilhando um texto demolidor escrito em resposta aos manifestantes contra cotas.
Por Tamara Freire, uma jornalista branca. 

Essa conversa não é sobre você




Querido estudante branco, de classe média, que faz cursinho pré-vestibular particular: eu sei que é difícil quando alguém nos faz enxergar nossos próprios privilégios, mas deixa eu tentar mais uma vez.
Eu (e mais uma penca de gente, me arrisco a dizer) não me importo com o quão “difícil” será para você entrar naquele curso de medicina mega concorrido com o qual você sonha, porque, simplesmente, esta conversa não é sobre você.
Eu sei que praticamente todas as conversas deste mundo são sobre você e você está acostumado com isso, então deve ser um baque não ser o centro das atenções. Mas, seja forte! É verdade: nós não estamos falando sobre você.
Quando você chora pelo sonho que agora parece mais distante de se realizar, suas lágrimas não me comovem. Porque o que me comove são as lágrimas daqueles que nascem e crescem sem qualquer perspectiva para alimentar o mesmo sonho que você. É sobre essas pessoas que estamos falando e não sobre você.
Quando você esperneia pelos mil reais gastos todos os meses com a mensalidade do seu cursinho e que agora se revelam “inúteis”, eu não me comovo. Porque o que me comove são as milhares de famílias inteiras que se sustentam durante um mês com metade da quantia gasta em uma dessas mensalidades. É sobre essas pessoas que estamos falando, não sobre você.
Quando você argumenta que, na verdade, seus pais só pagam seu cursinho porque trabalham muito ou porque você ganhou um desconto pelas boas notas que tira, eu não me comovo. Porque o que me comove são as pessoas realmente pobres, que mesmo trabalhando muito mais do que os seus pais, ainda assim não podem dispor de dinheiro nem para comprar material escolar para os filhos, quem dirá uma mensalidade escolar por mais barata que seja. É sobre essas pessoas que estamos falando, não sobre você.
 Quando você muito benevolente até admite que alunos pobres tenham alguma vantagem, mas acredita ser racismo conceder cotas para negros ou outros grupos étnicos eusa até os dois negros que você conhecem que conseguiram entrar numa universidade pública sem as cotas, como exemplo de que a questão é puramente econômica e não racial, eu não me comovo. Na verdade, eu sinto uma leve vontade de desistir da raça humana, eu confesso, mas só para manter o estilo do texto eu preciso dizer que o que me comove é olhar para o restante da sala de aula onde esses dois negros que você citou estudam e ver que os outros 48 alunos são brancos. E olhar para as estatísticas que mostram a composição étnica da população brasileira e contatar a abissal diferença dos números. É sobre os negros que não estão nas universidades que estamos falando, não sobre você ou seus amigos.
Se a coisa está tão ruim, que tal propormos uma coisa: troque de lugar com algum aluno de escola pública. Já que não é possível trocar a cor da sua pele, pague, pelo menos, a mensalidade para que ele estude na sua escola e se mude para a dele. Ou, seja a cobaia da sua própria teoria. Já que você acredita que a única ação que deveria ser proposta é melhorar a educação básica: peça para o seu pai investir o dinheiro dele em alguma escola, entre nela gratuitamente junto com alguns outros alunos, estude nela durante 12 anos e então volte a tentar o vestibular. Ah, você não pode esperar tanto tempo? Então, porque os negros e pobres podem esperar até mais, já que todos sabemos que o problema da má qualidade da educação básica no Brasil não é algo que pode ser resolvido de ontem pra hoje?
Então, por favor, reconheça o seu privilégio branco e classe média e tire ele do caminho, porque essa conversa não é sobre você. Já existem espaços demais no mundo que têm a sua figura como estrela principal, já passou da hora de mais alguém nesse mundo brilhar.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Colaboração à nossa revolta

Pausa

Abaixo segue um texto que, se for bem interpreado, vai multiplicar nossa revolta. E isso é a melhor coisa que pode nos acontecer agora ^^)


Domingos precisam de feriados! 


Toda sexta-feira à noite começa o shabat para a tradição judaica. Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino, no sétimo dia da Criação.

Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo. A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte épausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.

Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta.

Hoje, o tempo de ’pausa’ é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações ’para não nos ocuparmos’. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão.

O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições. Nossas cidades se parecem cada vez mais com a Disneylândia. Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas. Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo.

Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A Internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme. As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim.

Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa. O futuro é tão rápido que se confunde com o presente. As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o domingo de um feriado…

Nossos namorados querem ’ficar’, trocando o ’ser’ pelo ’estar’. Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI – um dia seremos nossos?

Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante. Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos…

Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção. O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair – literalmente, ficar desatento. É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida. A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é ’o que vamos fazer hoje?’ – já marcada pela ansiedade. E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de Domingo.

Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande ’radical livre’ que envelhece nossa alegria – o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.

Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.

Afinal, por que o Criador descansou? Talvez porque, mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.


Nilton Bonder

sexta-feira, 15 de março de 2013

Crise existencial prematura.

Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter. 





Lembro quando eu tinha por volta de - 8 ou até menos - anos, quando me vinha na mente alguns pensamentos que até hoje não sei explicar, nem sei se posso chama-los de pensamentos, eram fortes, desciam pelo meu cérebro e atingiam meu corpo, espalhava uma sensação de inexistência, parecia que enquanto eu mantinha aquele estado de espírito, ou de pensamento, de inconsciência consciente, (sei lá que tipo de estado), neste período eu não existia, não fazia parte desse mundo, me sentia numa viagem a parte deste mundo a fim de compreender quem ou o que me levara a existir?

Eu juro que tive crises existenciais desde novinha, não foram baseadas em nenhum tipo de trauma/perda qq coisa assim, era estranho e frequente, eu estava andando na rua de repente por uns segundos parecia passar uma eternidade dentro de mim, num caos estranho que me dava prazer/paz, de certa forma... Era uma passagem solitária por dentro de mim, e ao mesmo tempo dentro de um nada, eu até hoje não sei explicar esses meus momentos inexplicáveis...rs
Deve ser por isso que sou meio louca assim...rs e deve ser por isso que não duvido da espiritualidade dos seres.  Eu estou vivendo uma longa crise existencial e acho que essa foi a única delas que eu sei - ou penso que sei - o que esta acontecendo comigo.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Este é meu dia.


Hoje estou mais próxima da morte do que ontem. Tão óbvio, tão inimaginável e insólito…





Talvez os proletários da sociedade - não só - atual, possam compreender a essência do sentimentos dos escravos em qualquer época. 
Hoje cheguei as 13:00hs no trabalho, e logo meu dono, ops, chefe, veio me interrogar sobre o motivo pelo qual eu estava 5 horas atrasada. 

Não sei. Não existe justificativa. Eu só quis dormir, eu só quis prolongar por algumas horas a minha inconsciência. Eu poderia dizer qualquer coisa, mas nenhuma morte na família anularia minhas devidas satisfações a ele, meu sinhô. Ops de novo, chefe. 

Não queria ter a consciência de que minha condição de trabalhadora é deplorável, e irrevogavelmente lastimosa. Talvez, se me faltasse essa consciência, minha dor seria menor. Olhe pro colega ao lado, ele chega no horário, sai tarde, não reclama, ele até gosta. Gosta tanto que se perder, sentirá falta. 

Registrar ponto, horário de entrada, almoço e saída. Tudo controlado, acesso a internet, tempo livre, mijar, cagar, beber água, tudo. 
Trabalhar pra enriquecer o outro, e ser tratada de uma maneira desonrosa. 

Entro no trabalho antes do Sol nascer e encerro quando ele já se foi, passo 10 - ou mais – horas do dia trabalhando para sobreviver. 
Será mesmo que é para “sobreviver”? Ou para sustentar um nível de consumo ditado pelo capitalismo? Consumimos desenfreadamente como se isso diminuísse a nossa pobreza existencial. (risos) 
Perco minha vida, com o objetivo de “ganhá-la”, paradoxo hilário. 
Eu trabalho num emprego que odeio, para comprar coisas que não preciso, para impressionar pessoas que nem conheço. Passo mais tempo com desconhecidos do que com minha própria família. Para alguns isso seja lucrativo, hoje para mim não é. 

Este é meu dia, esta é minha vida, e ela acaba um minuto de cada vez. 



Lamentos Terminais


Retirei este texto do meu blog preferido, que por sinal a pouco fora deletado =(




Pessoas crescem muito quando se deparam com sua própria morte. Quando questionadas sobre seus arrependimentos ou algo que gostariam de ter feito diferente, a maioria fala sobre os temas abaixo:

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim, e não a vida que os outros esperavam de mim.
Este foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e olham para trás, é fácil ver como muitos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não tinham honrado a metade dos seus sonhos e morreram sabendo que era devido às escolhas que fizeram, ou deixaram de fazer.
É muito importante tentar realizar pelo menos alguns de seus sonhos ao longo do caminho. A partir do momento que você perde a sua saúde, é tarde demais. Saúde traz uma liberdade que poucos percebem, até que já a não têm mais.

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.
Isto veio de todos os pacientes do sexo masculino que eu acompanhei. Eles perderam o crescimento de seus filhos e o companheirismo do parceiro. As mulheres também citaram este arrependimento, mas como a maioria era de uma geração menos recente, muitos dos pacientes do sexo feminino não tinham sido chefes de família. Todos os homens que eu acompanhei se arrependeram profundamente de passar tanto tempo da sua vida com foco excessivo no trabalho.
Ao simplificar o seu estilo de vida e fazer escolhas conscientes ao longo do caminho, é possível não ter que precisar de um salário tão alto quanto você acha. E criando mais espaço em sua vida, você se torna mais feliz e mais aberto a novas oportunidades, mais adequado ao seu novo estilo de vida.

3. Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.
Muitas pessoas resguardaram seus sentimentos para manter a paz com os outros. Como resultado, tiveram uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eram realmente capazes de ser. Muitas desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ao ressentimento que carregavam, como resultado.
Nós não podemos controlar as reações dos outros. No entanto, embora as pessoas possam reagir quando você muda a maneira de falar com honestidade, no final a relação fica mais elevada e saudável. Se não ficar, é um relacionamento que não vale a pena guardar sentimentos ruins. Você ganha de qualquer maneira.

4. Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos.
Muitas vezes os pacientes terminais não percebiam os benefícios de ter por perto antigos e verdadeiros amigos até a semana da sua morte, e nem sempre foi possível encontrá-los. Muitos haviam se tornado tão centrados em suas próprias vidas que tinham deixado amizades de ouro se diluirem ao longo dos anos. Havia muitos arrependimentos por não dar atenção a estas amizades da forma como mereciam. Todos sentem falta de seus amigos quando estão morrendo.
É comum que qualquer um, em um estilo de vida agitado, deixe escapar amizades. Mas quando você se depara com a morte se aproximando, os detalhes caem por terra. Não é dinheiro, não é status, não é posse. Ao final, tudo se resume ao amor e relacionamentos. Isso é tudo o que resta nos dias finais: amor.

5. Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz.
Este é surpreendente. Muitos não perceberam, até ao final da sua vida, que a felicidade é uma escolha. Eles haviam ficado presos em velhos padrões e hábitos. O chamado “conforto”. O medo da mudança os faziam se fingir aos outros e a si mesmos, enquanto lá no fundo ansiavam rir e ter coisas alegres e boas na vida novamente.


“a essência da vida não esta no plano físico, material, mas sim no espiritual. Enquanto insistirmos no oposto só encontraremos hipóteses, e muita confusão...”

- Jacob, Solano.