quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Por que Preta&Pobre?

PretaePobre é meu usuário no instagram, e algumas saídas noturnas com spray rs, lancei justamente pra ataca os bico, pra chocar, pra causar, pq se não for pra tombar, eu nem levanto da cama hahaha








O mundo ao nosso redor faz parecer que nossa existência é tão insignificante. Nascemos e ele já esta pronto, em pleno funcionamento, o que nos resta? Nos adequar. Mas, será mesmo que sou obrigada a me adequar ao conjunto de regras que precedem minha existência, e me foram apresentadas como 'corretas'? Sempre fui rebelde mesmo antes da RBD (que ouço até hoje kkkkkk), mas é complicado subir no palco da vida e se identificar, se aceitar e se afirmar como preta e pobre, pra uma platéia que esta a todo tempo dizendo que o ideal é ser branca e rica, ou, o mais próximo disso que sua (in) sanidade lhe permitir chegar. Aliás, 'dizendo que o ideal é' o caralho: A sociedade te soca no cu regras que nem ela sabe onde se fundamentam...
Quem quer - ou gosta - de ser, além de preta, pobre? Há uma série de implicações e influências sociais na formação da identidade, seja por fatores históricos que problematizam a formação da cultura no Brasil ou até mesmo pela subjetividade e individualidade dos seres. Somos - não apenas - construídos socialmente, é daí que vem aquele papo contemporâneo e mal explicado de Desconstrução e tal...
Durkheim afirma que 'acreditamos ser produto de nossa própria criação, aquilo que nos é imposto pelo exterior'. Se foi responsabilidade do exterior esse meu orgulho em ser preta&pobre, agradeço!! Afinal prefiro fazer parte dos explorados, do que dos exploradores. Vergonhoso não é descender de pessoas que foram escravizadas, mas sim de pessoas escravizadoras. Amo minha raça, luto pela cor, esse vulgo foi consequência do amor: rejeito essa babilônia que atribui negativismo às pretas e pobres, me orgulho de ser quem sou e para elucidar e atacar os bico sujo que gosta de bica meus posicionamentos políticos e ideológicos, deixo uma frase demolidora de Darcy Ribeiro:






“Fracassei em tudo o que tentei na vida.
 Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
 Tentei salvar os índios, não consegui.
 Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
 Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
 Mas os fracassos são minhas vitórias.
 Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu"








Ps. Esse meu teto descolando a pintura e dando forma aos olhos que supõem ruindade não é a toa, esse é o jeito que eu olho pro sistema! Rárárá #ruindade #visão #ironia #sátira #tacafogo #madeinfavela #poderpraspreta #quebrada #resistência

domingo, 23 de agosto de 2015

barra dura, fenda funda: barra funda.

Brisa batida no metrô da linha vermelha, fora do horário de pico.


Imagina trampa o dia inteiro
Querer voltar pra casa e depender do transporte
Submeter-se à essa humilhação por dinheiro
Enquanto sua vida escorre entre seus dedos você espera suporte
De um suposto deus, do estado ou do patrão
Que através da sua exploração
Troca de carro, casa e país
Enquanto você nega um danone que no mercado seu filho quis


Paga aluguel e não há perspectiva de casa própria
O capitalismo faz você crer que vai alcançar a vitória
Mas afinal, o que é vencer?
Comprar coisas e esperar pra morrer?
Possuir bens?
Comprar um carro pra fugir do metro lotado?
Ficar preso por 3 horas no transito de São Paulo?


O que estamos fazendo?
Por quanto estamos morrendo?


Os corpos estão em contato involuntariamente
Mas os olhos se desviam propositalmente
Afinal é extremamente constrangedor
Estar mais perto de um estranho do que do seu próprio amor
O sinal grita avisando que a porta vai fechar
Ignorado pelo desespero de chegar em casa
Os corpos se espremem numa tentativa frustrada
De conseguir entrar
Prende sapato e pé, bolsa e boné, te esmaga
E você olha com raiva
Pro irmão do lado o culpando por essa tragédia social
Num escape irracional ainda grita:
'Quem quer conforto vai de táxi!!'
Mas todo mundo fica...




O que estamos fazendo?
Por quanto estamos morrendo?

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

quereres particulares

íntimo demais pra ser postado, mas forte demais pra não ser compartilhado.




Eu não quero ter medo nem receio de falar com as pessoas que amo. Nem quero que elas sintam medo ou receio de falarem comigo, por causa do meu jeito.
Não quero construir muros, só pontes, mesmo que elas me levem pros lados que nao penso em ir. Não pode ser difícil de respeitar alguém que amamos. Se for, não é amor. O amor é a certeza indestrutível de que vai ficar tudo bem.
Sem pressa, sem mágoa entalada, nem palavra engasgada. Eu quero vomitar meu ego mesmo que ele rasgue minha garganta. Eu quero cuspir meu orgulho, mesmo que ele derreta minha língua. Eu quero reclamar do quanto dói crescer, sem parar de crescer.
Quero viver minhas pausas, mesmo quando minha mente disser que é perda de tempo. Eu quero descansar meu interior, mesmo quando meu corpo estiver disposto a subir montanhas. Eu quero conhecer meus desejos reais, mesmo quando eu achar que já sei o que quero pra mim. Quero testar meus limites, mesmo quando parecer o fim da reta. Eu quero mergulhar em mim, mesmo que meu pulmãoexploda sem ar. Quero ser aquela pessoa difícil de se aproximar e depois, impossível de se afastar. Quero perto de mim os que me fazem rir, e se eles tiverem quepartir, lembrar deles com alegria, pra quando for minha vez de ir, eles sentirem o mesmo. Quero esquecer que eu briguei, e conversar sem tocar no assunto. E se for falar, que não reste um pingo de i na lembrança noturna de 'eu deveria ter dito isso'. Quero ampliar a lista de convidados do meu enterro. Não em quantidade, mas em qualidade. Quero lágrimas doces e salgadas, mas verdadeiras. Quero que me odeiem quando for preciso, mas que me amem quando eu menos merecer, por ser a hora que eu mais precisarei de amor. Procuro anjos, não amigos, namorados, irmãos. Procuro espíritos não estéticas. Estou exigente com o interior de quem me cerca, pq estou aprimorando meu ser, pra deixar de ser...
Estou pacientemente reconhecenu minhas limitações, pra que supera-las seja menos impossível como parece hoje. Preciso trocar uma ideia comigo, pedir conselho, tomar bronca, ser ouvida. Ta na hora. Quero saber o que estou sentindo sem precisar nomear. Quero ente der pra onde estou indo, sem precisar me cansar de perguntar. Quero saber de onde estou vindo, sem ter do que duvidar.
Quero mudar. Quero aprender a amar.
É que não deu pra dormir, sem antes vomitar...