quarta-feira, 6 de maio de 2015

Pior do que ser, é fingir que não é.

Teve uma vez que eu postei: “Passei da fase de me irritar com boy querendo ser pobre. Hoje eu rio, apenas rio”, era tudo mentira, ainda to na mesma fase... 

Cena de grande horror pros playboys. 


Eu penso que playboy comovido pode sim militar nos movimentos, claro que pode. O que não pode é querer pagar de pobre. Sem PROCEDER não para em pé! Lembra dessa letra do RZO que você conheceu ano passado quando decidiu “ser pobre”? Então. Assim que é...

A ausência de legitimidade pra vocês falarem das opressões, é proporcional a nossa ausência de legitimidade pra falar de teóricos europeus brancos heteros e fodas. A diferença é que eu posso ler e adquirir o conhecimento, mas quem nunca passou fome, não pode voltar no tempo e passar “pra ter história pra contar”. Entendem? Claro que não, é por isso que eu escrevo pros meus...hehe

O que quero dizer é que patrícia branca lora não me representa. Querem protagonizar o filme que não viveram? Aqui não! Enquanto vocês lia eu vivia. Então menos.
E não adianta ir na Farm comprar roupinha surrada de 500 conto. Nem esse havaiana de tira azul e fundo branco consegue disfarçar o seu fedô de PATRICIA. Então menos. Bem menos.

Penso também que quando vocês propõem o fim da greve nas Universidades Federais se apoiando no pilar frágil de meia dúzia de aluno que conseguiu passe livre, por ex., vocês reproduzem justamente o discurso que dizem repudiar: USAR A EXCEÇÃO PRA TRATAR DA REGRA. 
Exemplo: “Ai lari, vc passou na federal tá vendo? É só querer! Se vc consegue todos conseguem”. (Sobre saporra eu falo em outro post). 

Engraçado que passaram a vida lendo Marx, pra ouvirem o que é luta de classes de uma favelada? Como se sentem agora? rs 
O objeto de estudo saiu do tubo de ensaio pra te dar oi. Sentar do seu lado na sala de aula, dividir o livro e o espaço esbranquiçado. 
Reconheçam que publico é outro, a favela está chegando na universidade e nem todo mundo recebe mesada pra pagar república perto da faculdade... 

Sendo assim, como mera cidadã esmagada pela pressão do sistema para que sejamos “alguém na vida” logo – de preferência antes dos 30 – , eu sou contra a continuidade da greve. 
Mas como estudante, favelada, pobre e preta que é a primeira de uma geração inteirinha a ingressar numa universidade pública, ainda defendo a continuidade da greve!

Quer somar na luta? Não fode.
Quer me foder? Me beija.  

Esse agora vai ser meu lema...rs


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