quarta-feira, 6 de maio de 2015

Fight Club



Registrar ponto, horário de entrada, almoço e saída. 
Tudo controlado, acesso a internet, tempo livre, mijar, cagar, beber água, tudo. 
Trabalhar pra enriquecer o outro, e ser tratada de uma maneira desonrosa. 

Entro no trabalho antes do Sol nascer e encerro quando ele já se foi, passo 10 - ou mais – horas do dia trabalhando para sobreviver. 
Será mesmo que é para “sobreviver”? Ou para sustentar um nível de consumo ditado pelo capitalismo? 

Consumimos desenfreadamente como se isso diminuísse a nossa pobreza existencial. (risos) 

Perco minha vida, com o objetivo de “ganhá-la”, paradoxo hilário. 

Eu trabalho num emprego que odeio, para comprar coisas que não preciso, para impressionar pessoas que nem conheço. Passo mais tempo com desconhecidos do que com minha própria família. 

Este é meu dia, esta é minha vida, e ela acaba um minuto de cada vez.

3 comentários:

  1. rotina que desatina, desanima, que mata aos poucos o brilho da menina dos olhos, ao ver que no final sobrará só os ossos, destruidor dos neurotransmissores de serotonina, sentimento de ser inutil a si lá em cima, sem tempo pra usufruir da esmola que conseguiu garantir, sofrendo todo dia, roncando a barriga esperando a liberação pro horario da refeição, tempo limitado, mal se faz a digestação e logo volta ao trabalho, limitado em processos, que se falharem deixa o patrao possesso. Possessão, é o sonho que se vende da ilusão, de que nada disso é em vão, estudo, matrimonio, filho, educação, omitindo que na verdade cada dia é dia de subtração de quem ainda acredita no fim da escravidão doando sua vida pra enriquecer o patrão.

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  2. Me identifiquei com este texto, e todos os outros, pois eu aprendi com você que "a mente, quando arrombada, não volta a ser como era antes - NUNCA!" e desde então compreendo esta nossa realidade de outra forma, crua, cruel!
    Gastamos tanto, gastamos tudo, sem receber nada em troca, e até quando morremos, pagamos.
    Me emocionei, fui nocauteado pelo sistema diversas vezes, mas o seus textos são tipo água: supre a minha sede e me dá gás!

    Beijos no coração, pára não!!
    Diego.

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  3. Povo contra o povo
    http://oticamarginal.blogspot.com.br/2015/05/povo-contra-o-povo.html#links

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