Talvez eu tinha a impressão de que era menos infeliz, porque há uns três anos não tinha consciencia da minha condição psíco-social. Existe uma parte de mim, que me condena por estar triste, e outra, que ama a dor. Essas partes brigam para dominar até meu tom de voz, mas notei que independente do resultado do jogo, nunca estarei como deveria estar. Desesperador ou reconfortante?
Eu cometi suicídio e não entendo por que diabos ainda respiro... Já subtraí minha própria vida umas quatrocentos e trinta e sete vezes em três anos, mas ainda continuo em pé e “forte”.
A vontade de morrer é característica do deprimido, mas a ausencia de coragem de abraçar a morte, também. Tão ilógico, mas real. Não escrevo para que o leitor entenda - ou se quer imagine - o que sinto, pedir isso seria como explicar as cores para um cego. Escrevo para reafirmar o quão sou filha da puta. Sim, filha da puta é a palavra, porque tem horas em que nada substitui um “Filha da Puta”!
Filha da puta que rodeia a própria dor com textos recheados de palavras bonitas e exageros, como se isso adiantasse…
Dei proporcções execessivas ao meu realismo e ultrapassei as barreiras rumo ao pessimismo. Cobro das pessoas que não permitam que o imobilismo se apodere delas, mas, esqueço de minha imcompatibildade comportamental para este pedido. Idiota!
Pra não dizer que não falei das flores, são elas, as “ajudas” que recebo:
“Ora, como pode você, achar que é um direito humano as horas mínimas de sono por noite, se daqui um tempo desenvolverás insônia?”
“Poxa, mas por que diabos reclamastes tanto, já que existem pessoas em situação muito pior que a tua?”
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