quinta-feira, 25 de julho de 2013

A complexidade do ser.

Consequência de uma aula sobre Parmênides. 




O ser é. Isso por si já revela-se óbvio. Como pode um "ser" não "ser"? Enigmático, talvez. 
O Ser deve ser - propriamente dito - algo complexo, pois apenas a imaginação do que é o ser já é a própria magnitude. Eu amo o ser na mesma proporção que o odeio. Tenho o ser como um amante, que me visita querendo sexo e me deixa presentes como pistas e pagamentos. Caso um dia eu for, jamais assumirei ter sido. E se a ilusão do ser, apossou-se de mim a ponto de cegar-me para o que é, verdadeiramente? Ou melhor, para o que não é. 
Prefiro o estar. Em qualquer contexto. Nada é. Tudo está. E um dia, poderá ser. Poderá. Complexo, inteiro e puro, como o "ser" é, ou talvez seja. A essência do ser deve ser o ser. Não enlouqueça, nem acompanhe o raciocínio. Apenas permita-se ser, o que és. E aceite estar nesta condição. Por que ela seria ruim se o ser, está em definição? É uma estrada longa que finda ilusóriamente no horizonte, um jogo de lego, é como reflexões sobre o ser. Talvez saibamos onde elas começam, mas jamais teriam fim. Isto é o ser. Apenas seja paciente como o ser, duvidoso como o estar e atento como o pensar. 
Liberte-se de sempre ser. Você não é. O ser é, não você. Flutue nesta brisa boa como quem levita sobre o surrealismo barato, que te joga no chão e rasga tua pele. Que te leva pro alto e depois pro lamurio do subsolo. Surrealismo fruto de uma noite de bebedeira, sem sexo e resumida em frustrações. Não meça a dor que virá, apenas a sinta. E a viva inteiramente. Não parcele a dor. Sinta-a no agora como se tivesse fim, ou pudesse em algum universo ser quitada... 
Que ironia, não? Talvez o ser seja apenas estar. Estou triste, mas não quero ser assim. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário